AE Enfermagem | Trabalho do enfermeiro nas festividades

AE Enfermagem | Trabalho do enfermeiro nas festividades

Ao longo dos anos já todos ouvimos inúmeras opiniões sobre enfermagem e o papel do enfermeiro desde o seu enaltecimento ao desagrado. Para nós, estudantes de enfermagem, este curso pode ser definido por um único mote, a arte de cuidar. Para além do tratar desconfortos físicos, é promover, proteger e preservar a dignidade de qualquer indivíduo em qualquer circunstância. Apesar de entendermos que uma grande parte do papel do enfermeiro se debruça sobre a vertente física, enquanto futuros enfermeiros sabemos também que a evolução da saúde dos nossos pacientes é tão positiva quanto mais positiva for a nossa relação com eles, sendo essencial colocarmo-nos no papel do outro, conseguirmos mostrar interesse pelo seu trajeto e empatia pela sua situação, sem julgamentos sociais. Por termos de lidar com as nossas próprias emoções e com as dos utentes, para conseguir prestar cuidados de qualidade, o trabalho dos enfermeiros pode tornar-se bastante desafiador e um dos pontos contributivos são os horários e o trabalho durante as festividades.

As festividades, principalmente esta época natalícia, representam momentos de união familiar, significando para muitas famílias o único momento do ano em que se conseguem reunir na totalidade. Por esta razão, ao trabalharem no Natal, os enfermeiros vêem-se obrigados a abdicar do seu núcleo familiar para cumprirem o seu papel profissional ficando assim emocionalmente mais fragilizados. Tal como esta classe, também os doentes passam por momentos mais sensíveis por não poderem ir a casa, para junto das suas famílias, procurando assim palavras, gestos de conforto e companhia, que encontram na equipa de enfermagem. Assim, o papel do enfermeiro durante as festividades transcende a mera prestação de cuidados médicos, sendo necessário que cada um se reencontre ainda mais com o propósito da sua profissão e consiga encontrar conforto e satisfação em contribuir para o bem-estar não só físico como emocional do outro. Desta forma e com o auxílio dos seus colegas de trabalho que por vezes são a sua segunda família, conseguirá lidar com as próprias emoções de estar fora de casa e conseguirá ajudar os outros a ter o melhor Natal possível perante as circunstâncias, usando a compaixão e a empatia.

Pode não ser uma altura fácil do ano, mas a verdade é que a partilha, a amizade e a entreajuda presente em todos os colegas de trabalho e entre os utentes, tornam estes momentos em memórias que podem ser tidas como inesquecíveis. A verdade é que para além destes valores, também os doces, aperitivos e chocolates tão característicos desta quadra natalícia tornam o ambiente hospitalar um bocadinho mais acolhedor.

Tal como nos diz a nossa Ordem dos Enfermeiros: “O saber cuidar, implica dedicação e sacrifício totais pela vida dos outros e é por cuidarmos de duas famílias em simultâneo, que nos sentimos duplamente realizados. Não é por acaso que apelidam os enfermeiros de “Anjos de Branco”.”.

Boa época festiva para todos!

Associação de Estudantes de Enfermagem