SOPCOM realizou o V Encontro do GT de Comunicação Organizacional e Institucional na UTAD

SOPCOM realizou o V Encontro do GT de Comunicação Organizacional e Institucional na UTAD

O V Encontro do Grupo de Trabalho, focado no tema “Comunicação Organizacional e Território(s)”, decorreu no dia 21 de novembro no polo I da Escola de Ciências Humanas e Sociais (ECHS).

A Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação (SOPCOM) e o Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) concretizam este encontro do Grupo de Trabalho na universidade, contando com mesa redonda e plenárias de personalidades de Vila Real, da UTAD e da Universidade do Minho, investigadores independentes e mais. No público, marcaram presença estudantes da licenciatura em Ciências da Comunicação. O objetivo foi a reflexão de “como a comunicação pode ajudar a melhorar o território”, uma questão considerada “central” ao desenvolvimento do interior.

A sessão de abertura decorreu com uma mesa composta por Daniela Fonseca (Pró-Reitora para a Cultura e Serviços de Documentação), Carlos Assunção (presidente da ECHS), Ana Raposo (representante da direção da SOPCOM), Susana Fontes (diretora do Departamento de Letras, Artes e Comunicação), Marlene Loureiro (diretora do Mestrado em Ciências da Comunicação) e Fábio Ribeiro (diretor da Licenciatura em Ciências da Comunicação).

Em declarações ao Torgador, Ana Raposo defendeu que atividades como esta, realizadas por este Grupo de Trabalho e demais, “são uma forma de promover a reflexão sobre esta área específica e também de permitir que nós consigamos ir percorrendo o país”. A professora continuou, afirmando que a própria SOPCOM tem investido para “reforçar a comunicação” realizada e que as instituições de ensino superior servem de “ponto de partida” para se darem a conhecer às futuras gerações de investigadores e profissionais da comunicação.

Este encontro, o primeiro do género a realizar-se na UTAD, seguiu para uma mesa redonda composta por representantes de diversas entidades organizacionais e institucionais do Interior Norte português. José Gabriel Andrade, coordenador do GT, moderou o diálogo entre Teresa Albuquerque (Fundação Casa Mateus), Aida Carvalho (Fundação Côa Parque), José Adelino Gonçalves (Câmara Municipal de Sabrosa) e Rui Manuel Ferreira (Brand 22).

Na mesa redonda, o coordenador referiu como o tema territorial “foi muito bem aceite pela universidade”, com os convidados a reforçar a ideia de que é necessário mais empenho e investimento na comunicação tanto das pessoas como das organizações comerciais e institucionais. José Adelino Gonçalves afirmou que “o território não facilita”, porém Aida Carvalho defendeu que “todos os territórios são territórios de oportunidade, precisamos é de potenciar (…) e a comunicação é um veículo”. Similarmente, Teresa Albuquerque afirmou tratar-se de um “problema cultural: não estamos habituados a investir em comunicação”, pelo que “não podemos ter um barómetro de curto prazo” na comunicação, segundo Rui Manuel Ferreira. Assim, salientou-se a importância de “trabalhar em rede”, destacando-se as “dificuldades em chegar ao público jovem”, a “baixa densidade populacional” e o foco em “comunicar o interior”. “Para estarmos, temos de pagar”, afirmou José Adelino Gonçalves, em resposta a uma questão do público.

Finda a mesa redonda, procedeu-se à pausa para almoço. Em declarações à imprensa, Teresa Albuquerque salientou a “importância fundamental” da comunicação para a Fundação Casa Mateus, elogiando a realização deste Encontro e alertando que “toda a reflexão sobre a comunicação é fundamental para o futuro do país”. Por sua vez, Aida Carvalho refere que “a maior dificuldade é, sem dúvida, os orçamentos” mesmo com o reconhecimento de que a “comunicação é fundamental”.

Retornou-se ao V Encontro, na parte da tarde, com plenárias. A primeira decorreu por iniciativa de José Gabriel Andrade, com o professor a apresentar uma rede colaborativa de proximidade territorial, assente na parceria e na gestão conjunta entre a instituição de ensino superior e as autarquias locais, denominada “Casas do Conhecimento”. “O conhecimento está na comunidade”, salientou o investigador, procurando oferecer uma solução para a inclusão das populações na sociedade de Informação.

A plenária seguinte foi um projeto cultural apresentado publicamente pela primeira vez por Daniela Fonseca. A Pró-Reitora afirmou existir “alguma dificuldade em entender o que se faz nos territórios mais interiores”, pelo que propôs um modelo de gestão cultural à UTAD para permitir às comunidades sentirem-se “representadas”.

A terceira plenária, da investigadora espanhola Rebeca Blanco-Rotea, centrou-se na questão de património cultural e da necessidade da comunicação para que seja “reconhecido socialmente” como tal. “Comunicar património requer um processo prévio de conhecimento e uma estratégia bem definida”, afirmou. Consequentemente, a quarta plenária tratou-se de uma curta-metragem documental intitulada A Festa do Emigrante e produzida por Sara Traba, que retrata a utilização do património cultural para promover a sustentabilidade de uma comunidade rural.

Terminadas as intervenções do público, a sessão de encerramento foi conduzida por Daniela Fonseca e Ana Raposo. A representante da direção da SOPCOM salientou que o dia foi um “objetivo cumprido” e apelou à curiosidade e ao empenho dos estudantes presentes na plateia.

Daniela Fonseca, falando com a imprensa, referiu que Portugal é um país “habituado a um certo litoral e a um certo centralismo”, o que reforça a importância do tema e a “chancela da SOPCOM”. Assim, Rui Manuel Ferreira complementou com a ideia de que “sabemos e temos a noção que ainda há muito para fazer e muito para fazer acontecer”, nomeadamente com o “trabalho em rede”.

O coordenador do Grupo de Trabalho de Comunicação Organizacional e Institucional, José Gabriel Andrade, elogiou a participação das organizações no Encontro e a escolha de Vila Real “porque faz um diálogo com o território e faz um diálogo com instituições do território”. Alertou ainda para a necessidade atual do comunicador ter um perfil “trezentos e sessenta” e explorou a transformação da “sala de aula com novas perspetivas teóricas e práticas”.

Por último, ficou o convite da participação no 13º Congresso da SOPCOM, a realizar-se em janeiro de 2024, em Braga.

Joaquim Duarte