Após um ano, regressa mais uma vez aos cinemas um mistério de Hercule Poirot, baseado na personagem dos romances de Agatha Christie: “Mistério em Veneza”.
O filme gira em torno de Poirot, que volta da reforma após uma escritora, amiga sua, o desafiar a participar numa sessão séance levada a cabo por uma “medium”, a qual a escritora suspeita que seja de verdade mas que precisa da ajuda de Poirot para descobrir se é tudo uma encenação ou se ela consegue mesmo comunicar com fantasmas. A história passa-se apenas num local, um antigo “palazzo” em Veneza que costumava ser um orfanato e que, segundo todos os que o conhecem, está assombrado com os espíritos das crianças que lá ficaram presas.
O 1º ato, como qualquer filme, serve para nos apresentar as personagens: o conhecido Poirot – protagonizado por Kenneth Branagh – a sua amiga escritora – protagonizada por Tina Fey – e ainda o guarda costas do detetive. Quando estes entram na casa, conhecemos o resto das personagens.
No 2º ato, o mistério começa e também os sustos. Apesar de os momentos de “terror” não serem muito assustadores, são suficientes para arrepiar um pouco através da tática de “jumpscare”.
Sem querer contar a história – e claramente deixar-vos a querer ir ver este filme –, no terceiro ato descobrimos qual dos protagonistas presos no palazzo é responsável pelos dois assassinatos.
E é ao mencionar o terceiro ato que aponto a primeira e a principal falha. É que estes filmes tendem por vezes a ser previsíveis. Ao já ter visto muitos filmes deste estilo, muitas das vezes consegui adivinhar quem foi o responsável pelos crimes; por acaso neste filme não adivinhei, mas não era difícil de adivinhar. A minha segunda crítica é que este filme podia ter saído no Halloween, visto que se passa nessa data e seria o mais apropriado.
Posto isto, o filme tem muitos pontos positivos. Para além da excelente performance de todos os envolvidos, principalmente Kenneth Bragnagh como Poirot, que comanda o jogo, numa personagem que conhece bem, a sua realização é também segura e em controlo, esperado, visto que é o terceiro filme com estas histórias de Agatha Christie. Outro ponto positivo é mesmo esse, este é o terceiro filme com esta personagem, mas não é necessário ver os outros dois, pois estes filmes funcionam como mistérios diferentes e posso confirmar que este é melhor que o segundo.
Assim sendo, o melhor aspeto deste filme é a cinematografia e o ambiente. Com a sua realização, Branagh monta um ambiente e atmosfera com a cinematografia, diálogo e visuais para agarrar o espetador e fazê-lo sentir que está mesmo num palazzo assombrado de Veneza em 1947.
Concluindo: é um filme sólido que entretém, intriga e assusta. Vale a pena ver no cinema para sentir a atmosfera e a beleza do filme da melhor forma possível.
De 0 a 5, um 3; de 0 a 10, um 7;
Texto: Gonçalo Sousa
Imagem: Joaquim Duarte