O II BilaTunix decorreu no centro da cidade de Vila Real nos dias 31 de março e um de abril e contou com a participação de seis tunas – três delas a concurso –, um pedido em casamento e uma guitarra partida na Fonte.
Após uma primeira edição em 2022 em formato de “convívio” para celebrar o 27º aniversário da Imperialis Serenatum Tunix, o BilaTunix regressou em formato de festival masculino e contou com mais um dia de concertos de entrada gratuita. A Imperialis prometia uma edição “ainda melhor” que a original e contou com as participações a concurso da repetente In’Vinus Tuna (IPB – EsACT) e das estreantes Tokuskopus (UBI) e TUSA (P.Porto – ESTGF). Com atuações extraconcurso, estiveram presentes a utadina TAUTAD, a Tuna Fanfe (IESF) e a tuna organizadora.
Na primeira noite, as atuações decorreram nos Claustros do Governo Civil de Vila Real, no lugar da Capela Nova devido às condições meteorológicas. As tunas extraconcurso abriram a noite, seguidas das tunas a concurso e, por último, a tuna organizadora, com atuações a rondar os 30 minutos. Leonardo Silva, membro da plateia, lamenta o evento não ter decorrido na Capela mas afirma que “esteve-se bem” e elogia especialmente a Tokuskopus.
A segunda noite decorreu no Conservatório Regional de Música de Vila Real com lotação esgotada, obrigando alguns dos interessados a sentarem-se no chão ou a permanecerem de pé o tempo inteiro. Esta noite contou com abertura da Tuna Fanfe e terminou com a atribuição dos prémios desta primeira edição em formato festival.
A primeira tuna a concurso a atuar no sábado tem membros “sempre rijos, sempre hirtos, sempre em pé” e chama-se TUSA – Tuna Académica da ESTGF. A tuna felgueirense de quase 23 anos deu-se a conhecer com um leque de canções em português e em espanhol mas não apresentou estandarte. Emanuel “Pilatvs”, membro da tuna, afirma que a cidade e as pessoas são “muito recetivas e muito divertidas” e elogia a organização do festival.
De seguida, atuou a tuna que “nem uma piscina têm” na cidade: a Tuna Orquestra Académica Já b’UBI & Tokuskopus. De calções e camisas às bolinhas, apresentaram também uma mascote – o Super-Copo – e uma grande variedade de instrumentos, inclusive um saxofone e um contrabaixo. “Yesterday foi ontem, tomorrow é amanhã e hoje é para a night”, ouve-se um tuno dizer. Sobre a atuação em Vila Real, o Magister Alfredo “Funcionário” Martins afirma que “está mais calor” na cidade que na Covilhã pois “na serra tem tendência a fazer vento” mas que Vila Real é “impecável, as coisas são mais planas” e o festival foi “muito fixe”. “Viva a Márcia!”, ouve-se ainda.
A tuna com “uma adega fenomenal” foi a última a concurso a atuar. A In’Vinus Tuna entrou em palco a limpar a boca, presumivelmente dos “três garrafões ao minuto” que bebem. Além de serem a única tuna repetente do I BilaTunix por entre as tunas a concurso, foram também a única a cantar Zeca Afonso, a única a falar no 25 de abril e a única a apresentar gémeos. O Magister João “Tatto” Pereira salienta que “é sempre uma boa experiência vir cá”, elogiando a cidade e o “bom público”.
Findas as atuações a concurso, a organizadora Imperialis tocou ainda três cancões, inclusive uma serenata com direito a pedido em casamento de um tuno à namorada. “Ela disse que sim!”, ouviu-se por entre os aplausos.
Após as atuações, procedeu-se à entrega dos prémios. A Tokuskopus foi a grande vencedora da noite, levando para casa seis prémios, incluindo Tuna Mais Tuna e Melhor Tuna. A In’Vinus Tuna arrecadou os restantes três prémios, sendo eles o de Melhor Estandarte, Melhor Solista e Melhor Serenata.
A reação a este evento foi muito positiva. Estefânia Vargas, que também esteve presente no I BilaTunix, diz que as atuações a deixaram “sem palavras” de tão “lindo” e “fantástico” que foi todo o evento. Fernando “Cabidela” Miguel, membro da TransmonTuna, afirma que o festival “superou as expectativas” e espera por um III BilaTunix.
Já fora do evento, a Imperialis juntou-se para cantar uma serenata à mãe de um membro da tuna na Avenida Carvalho de Araújo. Ao mesmo tempo, na fonte Maria da Fonte – também conhecida por Fonte da Cidade –, um membro da Tokuskopus partia a guitarra que trazia para júbilo da audiência presente.
Texto e imagem: Joaquim Duarte