O Clássico aguça o engenho: a nova colheita do Soalheiro chegou e apresenta três novidades

O Clássico aguça o engenho: a nova colheita do Soalheiro chegou e apresenta três novidades

A família de João António Cerdeira e o próprio optaram pela inovação e plantaram a primeira parcela de vinha contínua da casta Alvarinho em Melgaço. Passados alguns anos, João António transformou a sua paixão pela vinha e pelo vinho numa pequena produção familiar independente e passou a ser a adega do Soalheiro.

O nome Soalheiro surge das características da primeira parcela de vinha que deu origem ao projeto – uma parcela que, devido à sua localização, recebe a luz do sol durante todo o dia. A nova colheita do Soalheiro Clássico chegou, o Alvarinho. Nascido há 40 anos, proveio da paixão pela vinha e, também, da imensa vontade de valorizar e inovar o território. Este apresenta uma frescura aromática, caracterizando-se por um sabor intenso e por um potencial extraordinário que evoluiu em garrafa. Reforça, assim, com a colheita de 2022, o seu perfil extremamente confiável, intemporal e flexível.

As temperaturas altas e a escassez de água marcaram o ano de 2022, mas, apesar disso, a diversidade do território do Soalheiro permitiu garantir a qualidade e o equilíbrio deste clássico de Monção e Melgaço. O Soalheiro Alvarinho, também bastante conhecido como Soalheiro Clássico, tem a capacidade de se distinguir pelo seu aroma fresco e elegante, demonstrando a complexidade da casta Alvarinho, com intensas notas tropicais e minerais, e uma especial longevidade em garrafa.

Sendo este clássico marco da origem e história do projeto, preserva a sua consistência e identidade, assumindo-se como símbolo capaz de inspirar a atitude determinada e inovadora que esteve na génese, na qual o Soalheiro prevalece. Desta forma, o Clássico de 2022 acompanha-se com três grandes novidades que surgiram da “Cave da Inovação” do Soalheiro e que partilham um denominador comum: a Casta Alvarinho e a máxima de amplificar na adega o que o território oferece.

É-nos apresentado então o Mosto Flor 2021, que é um vinho feito a partir das gotas que escorrem de forma natural das uvas de Alvarinho antes da primeira prensagem, também referido como mosto lágrima. Apresenta, ainda, um cariz aromático e uma acidez marcante. De seguida, temos o Pé Franco 2020, que se produz a partir de videiras sem enxertia e com 10 anos de idade, plantadas em solos de perfil mais arenoso. Este vinho apresenta um aroma floral e bastante intenso, devido à fermentação com as películas. Por último, resta-nos o Revirado 2020. Este nasce a 400m de altitude e fermentou em barricas spin, com sedimentos que provieram de altitude, seguindo um processo capaz de envolver a rotação das barricas em movimentos regulares. É um vinho singular e muito envolvente, apresentando um perfil complexo e marcado pelo mineral. 

Luís Cerdeira, responsável de enologia do Soalheiro, referiu que, apesar de muitas coisas terem mudado ao longo dos anos, a equipa mantém o espírito criativo, curioso e exigente, continuando a alimentar a sua atitude, a sustentar a qualidade e consistência do que criaram e a inspirar o projeto Soalheiro a valorizar o território. “A busca constante de conhecimento e de vinhos que exprimam a riqueza que o território nos oferece, permanecerá e é com esse conhecimento e engenho que os clássicos se fortalecem e se tornam intemporais.”

Texto: Inês Silva

Imagem: Soalheiro