UTAD aloja Jornadas Abertas sobre Infeções Sexualmente Transmissíveis

UTAD aloja Jornadas Abertas sobre Infeções Sexualmente Transmissíveis

Quarta-feira, dia 30 de novembro, um dia antes do Dia Mundial da Luta Contra a SIDA, pelas 17:00 decorreu no auditório da Associação Académica da UTAD as Jornadas Abertas “Infeções Sexualmente Transmissíveis”. O resumo apresentado na divulgação online do evento, remeteu para os alertas da Organização Mundial de Saúde, que identificam os estudantes universitários como um dos grupos com mais comportamentos de risco.

O evento contou com a presença das enfermeiras Sónia Pereira (do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro) e Vanessa Monteiro (do Agrupamento de Centros de Saúde do Marão e do Norte), bem como da professora Maria José Santos (do Departamento de Enfermagem de Saúde Materna e Infantil da UTAD). Os dirigentes da Associação Académica, Sara Marinho e Miguel Cunha, também estiveram presentes. A provedora de estudantes, Isilda Rodrigues, realizou as apresentações.

A jornada iniciou com Sónia Pereira a distinguir a mudança de terminologia de DST’s para IST’s diferenciando entre doenças e infeções. As infeções são um termo mais abrangente, podendo ser “silenciosas” e não apresentar sintomas; já as doenças apresentam indícios específicos no corpo do paciente. É possível contrair uma infeção com qualquer contacto sexual desprotegido seja ele oral, vaginal ou anal. A enfermeira passou imagens e relatou casos, apresentando exemplos de doenças e dos seus tratamentos, como a uretrite e a sífilis, e mesmo de infeções para os quais ainda não há cura identificada, como o herpes genital. No final da apresentação, a enfermeira sublinhou a honestidade e a frontalidade dos profissionais de saúde, disponíveis para atender aqueles que tenham dúvidas ou necessitem de auxílio sem qualquer tipo de preconceito.

Maria José dos Santos iniciou com uma pequena contextualização histórica da educação sobre a saúde sexual e reprodutiva, onde ficou claro que vivemos numa época privilegiada, onde o acesso a informação sobre este tópico é facilmente disponibilizado aos jovens. Destacou, desta forma, os serviços de ação social que a UTAD disponibiliza, gratuitamente ou a preços relativamente baixos, na Unidade de Saúde, sediada na Residência de Codessais, no qual se incluem os serviços de Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR). A docente alertou para vários estudos, que indicam uma abundância de comportamentos de risco por parte dos jovens, entre eles o uso inconsistente do preservativo, o consumo de álcool e drogas associado a práticas sexuais, relações sexuais com parceiros ocasionais e a falta de vigilância dentro do tópico da SSR. Relativamente à temática das infeções, expôs o exemplo da clamídia, que é mais frequente nos jovens entre os 20 e 24 anos, sendo que quase dois terços dos casos são registados entre os 15 e 24 anos.

Já Vanessa Monteiro convidou a uma conversa aberta sem preconceitos. Apresentou alguns conselhos e cuidados para um relacionamento sexual seguro, de respeito e de comunicação entre parceiros. A enfermeira explicou, também, as diferenças entre preservativo interno e externo e realizou duas experiências com voluntários. Uma delas consistiu na colocação de um preservativo externo – normalmente designado de preservativo masculino – num pénis de esferovite. Esta simulação foi acompanhada de instruções sobre a sua colocação e remoção antes e depois do ato sexual. A segunda experiência consistiu na criação de uma dental dam “caseira”, uma membrana protetora feita através da alteração de um preservativo externo, cujo objetivo é a proteção durante o sexo oral. Como na primeira experiência, a enfermeira guiou os voluntários durante os passos de construção. Foi igualmente exibido um preservativo interno e dadas instruções sobre o seu método de colocação. Algumas formas de proteção menos usuais como os preservativos manuais e podais também foram relatadas, bem como a utilização de brinquedos sexuais. A enfermeira terminou com algumas recomendações de vigilância, reafirmando a importância de cada um olhar para si próprio, para o seu corpo e tomar decisões responsáveis.

No final das jornadas, foi aberto um espaço para discussão de diálogo do público com oradores e profissionais de saúde.

Durante o encerramento da sessão, foi oferecida a todos os presentes a possibilidade de levarem diferentes tipos de preservativos, lubrificante e réguas que os oradores haviam disponibilizado para a ocasião.

José Miguel Neves

Imagem: José Miguel Neves