Ovos de chocolate, amêndoas e o pai natal

Ovos de chocolate, amêndoas e o pai natal

Estamos na Páscoa e a corrida aos ovos de chocolate começou, com cautela é claro. As últimas notícias assustaram os clientes mais críticos. A compra dos ovos é feita não a contar com o chocolate, mas sim com a surpresa. A criança pode ficar completamente desfeita se não for surpreendida com o cão de montar da Patrulha Pata, como se de um móvel sueco se tratasse. Os ovos mais baratos não são suficientes para preencher o vazio que é receber mais tralha. Nunca percebi o fascínio. É muito esquisito. É como se a febre do Natal ainda não tivesse passado.

Claramente, as pobres das amêndoas é que sofrem. Sinto que foram perdendo a sua fama e o lugar na hora de consumir açúcar com um fruto seco no interior. Agora são meramente decorativas. A verdade é que nunca fui grande apreciador. As melhores são as de chocolate, mas sem o fruto no interior. Os dois ingredientes não combinam. A mistura é o equivalente à pizza com ananás ou àquele bombom com licor no meio. Sem sentido.

Não podemos esquecer o drama familiar que é a Páscoa. Festa que é festa, tem de ter gritos e desentendimentos. Precisamos de histórias para contar aos nossos filhos. Não podemos mentir e dizer que as festividades eram só chocolates em forma de galinhas e coelhos. Também é necessário relembrar o Pai Natal, na publicidade televisiva, a tentar comprar carne no talho do supermercado, na época da Páscoa! Cansou-se das festividades e foi comprar bifes de paciência para conseguir sobreviver ao drama, que são estes dias.

José Alho