Vamos fazer isto uma última vez. O nome do filme é Spider-Man Across The Spider-Verse e é até hoje a única sequela do primeiro filme de animação centrado no personagem Miles Morales.
Os estúdios da Sony lançaram, após cinco anos de espera, a tão esperada continuação da História de Miles Morales e de todos os outros Homem-Aranha, apresentando uma sequela que dá o dobro de tudo. O trailer foi altamente bem recebido e todos os fãs do Homem-Aranha ficaram entusiasmados por verem de volta todos os personagens do primeiro filme e muitas, muitas, mas muitas mais adições, sendo quase impossível contar todos os Aranhiços no ecrã.
O primeiro filme chocou o mundo de animação com as suas técnicas de cell-shading e da sua perspetiva única e direção de criar animação realista, mas com um pouco de charme e direção artística que poderiam ser encontradas nas páginas das BD´S.
A sequela continua esta visão do primeiro filme, mas desta vez conseguimos perceber que os artistas e animadores divertiram-se um pouco mais com as paletes de cores e as técnicas de animação. O 3d em simultâneo com 2d e até imagens live-action dão uma identidade única a um filme que virá a tornar-se num clássico.
O realismo é completamente deixado de parte em certas cenas, as cores e cenários alteram-se consoante as emoções das cenas inundando o ecrã e os nossos corações com os sentimentos dos personagens.
A história é um dos pontos mais bem trabalhados e conseguidos, as consequências são maiores e as emoções também. O criador do Homem-Aranha, Stan Lee, explicou muitas vezes que o que tornava este herói tão especial era o facto de o Homem-Aranha ter problemas pessoais. Os poderes e a vida de herói são uma fantasia espetacular, mas no caso do Homem-Aranha e como todos já ouvimos milhares de vezes: “With great power, comes great responsability”.
Os problemas pessoais de Miles não ficam só com a identidade secreta, mas passam para o alter-ego e vice-versa. O Homem-Aranha deste filme é mais velho, mais experiente, mas com ainda muita coisa por aprender, despertando um sentimento de procura e insegurança dentro do personagem que afeta os dois lados da moeda.
Um filme fenomenal, fácil de recomendar a todos aqueles com necessidade de passar duas horas de boca aberta, pernas irrequietas de entusiasmo e olhos totalmente esmerados a olhar para uma animação tão original e criativa.
Rui Pinto
Imagem: Joaquim Duarte