Nesta quinta-feira, dia 20 de janeiro, Vila Real contou com a presença do líder do PSD, Rui Rio. Pelas ruas centrais da cidade transmontana, Rio falou com comerciantes locais, distribuiu panfletos, flores e canetas, e ainda teve a oportunidade de se juntar à banda de bombos que o acompanhava: “Por todo o lado tenho notado essa mobilização interna, por um lado, e, por outro lado, o acolhimento externo quando me dirijo às pessoas”, disse aos jornalistas. Afirmou também que já tem “algumas coisas na cabeça, seguramente, quer a estrutura quer alguns nomes” caso ganhe as eleições de dia 30 de janeiro de 2022.
Antes da iniciativa começar, Rui Rio entrou em várias lojas, como a livraria “Branco” e ainda parou para tomar um cafezinho numa das mais antigas pastelarias da cidade de Vila Real, Pastelaria Gomes, junto à avenida Carvalho Araújo.
O começo da campanha eleitoral foi marcado por uma pequena peça de teatro cómica, com o tema central nas medidas tomadas em tempo de pandemia para as eleições e na economia do nosso país. No entanto, no momento em que Rui Rio fora chamado ao palco, teve de se ausentar de imediato. “Queria informar os presentes que o presidente Rui Rio está com um pequeno problema de sangramento do nariz, dentro de pouco tempo regressará ao nosso convívio”, afirmou o moderador do debate, Artur Soveral de Andrade.
Assim, a iniciativa foi maioritariamente dirigida por Joaquim Miranda Sarmento, Presidente do Conselho Estratégico Nacional e Coordenador das Áreas das Finanças e Economia, que começou afirmando que o principal problema de Portugal é a falta de crescimento económico. Nos últimos 20 anos “a economia portuguesa cresceu 0,5% ao ano, só houve um país, […] estados-membro da união […], que cresceu menos do que Portugal”, acrescentando ainda que esta estagnação da economia portuguesa deve-se ao Partido Socialista. Enumera as causas da situação: custos de contexto e burocracia; serviços públicos e despesa publica ineficiente; sistema fiscal instável, complexo e com custos de cumprimento das obrigações fiscais bastante elevados; elevadas cargas de IRS (sobretudo para a classe média) e de IRC para as empresas; sistema de justiça lento e com custos elevados; mercado laboral rígido e inflexível e ainda um sistema de ensino pouco ligado às empresas.
Joaquim Sarmento referiu, também, a importância das ligações entre as Universidades e os Politécnicos, fazendo referência à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e às suas conquistas com o passar dos anos, que começou o seu percurso como politécnico e, mais tarde, passou a Universidade. “Há uma rede de politécnicos que, provavelmente, passarão a Universidades Politécnicas em breve, […] que já consegue ter massa crítica (Politécnico de Bragança) e agora é preciso fazer o Shift para o conhecimento e para as empresas”, apela o professor.
Quando questionado por um empresário local sobre as assimetrias regionais e medidas a tomar, Joaquim Sarmento responde que é importante “discutir e mudar o modelo de descentralização, apostar cada vez mais na rede de universidades e politécnicos, reduzir a taxa de IRC para as empresas do interior e majorar os benefícios fiscais para as empresas e pessoas que se venham fixar no interior”, e “vontade política”, acrescenta o Dr. Artur Soveral de Andrade.
O público constata: “Se o PSD não é efetivamente amigo das famílias e se também não tem” a mesma proposta do PS o que se pode esperar, ao que o Prof. Joaquim responde: “Nós temos nos dois primeiros anos” de mandato, “uma redução de IRC e depois temos, para 2025 e 26, uma redução de IRS” ao contrário do Partido Socialista que “fala de uma redução de IRS, já este ano, 150 milhões, mas depois não diz mais nada para os anos seguintes”. “Nós vamos pôr a economia a crescer, e com isso podemos baixar o IRS, em 25 e 26, […] em 400 milhões em cada um dos anos.
“O nosso programa foi desenhado para mitigar estes problemas quer com medidas fiscais, quer com medidas não fiscais”, termina Joaquim Sarmento.
Rui Rio retorna ao palco e afirma que é preciso dar incentivo às empresas, para depois elas poderem pagar melhores salários e fornecerem melhores empregos. “O PS vai pelo facilitismo e nós temos de ir pelo rigor” termina, assim, a campanha.
Melissa Lima