Laboratório de análise de água investigado: vinte pessoas foram detidas

Laboratório de análise de água investigado: vinte pessoas foram detidas

A Polícia Judiciária deteve vinte pessoas, suspeitas de diversos crimes relativamente a atividades fraudulentas de um laboratório responsável pela colheita e análise de água destinada a consumo humano, numa ação denominada de “Operação Gota D’água”, que decorreu no passado dia 22 de novembro.

A iniciativa partiu do Departamento de Investigação Criminal de Vila Real, com o apoio de outras unidades da PJ, tendo sido realizadas 60 buscas domiciliárias e não domiciliárias, visando particulares, empresas e entidades públicas, em concelhos como Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Lisboa, Porto, Vila Real e Viseu.

O Jornal de Notícias avança que o laboratório visado é o Laboratório Regional de Trás-os-Montes, que, segundo o comunicado da PJ, procederia à “falsificação de todos os procedimentos de amostragem e análises relativas ao controlo de águas de consumo humano contratadas pelas entidades gestoras (Câmaras Municipais, Entidades Intermunicipais ou outras entidades em que foi concessionado aquele serviço público), em conluio com alguns dos funcionários, dirigentes e eleitos locais destas entidades.”

Esta atividade fraudulenta também se realizaria nas ETARs, a nível do controlo de águas residuais, na avaliação do cumprimento de licenças de descarga.

Segundo a RTP, várias autarquias terão sido alvo de buscas. No entanto, a Câmara de Vila Real veio já desmentir a ocorrência deste procedimento dentro do seu próprio espaço.

Estas atividades visariam reduzir os custos do laboratório. Segundo a PJ, este “está constituído no regime de sociedade por quotas, com capitais distribuídos em 50% por uma empresa multinacional (com atividade similar à entidade visada) e os restantes 50% com capital público, no caso pela participação equitativa de 6 municípios e uma Associação de Municípios.”

Os detidos terão idades entre os 25 e 61 anos, e serão “funcionários e dirigentes do laboratório, funcionários, dirigentes e eleitos locais das Entidades Gestores e ou empresas (câmaras municipais e empresas concessionários)”. Entre eles está um vereador de Vila Flor.