Freddie Mercury morreu há 32 anos

Freddie Mercury morreu há 32 anos

Há 32 anos o mundo despedia-se de Freddie Mercury. O eterno vocalista dos Queen morreu a 24 de novembro de 1991, aos 45 anos.

Dono de uma poderosa voz e de uma expressão única em palco, Freddie viveu a vida com a mesma intensidade com que se apresentava ao público. Uma vida caracterizada pelos excessos, mas também pelo talento demonstrado a cada música lançada.

São mais de 70 temas com a voz de Freddie Mercury. Quase todas com os Queen, mas não só. Gravou a solo mas também dividiu a sua arte com outros grandes nomes da música pop do século XX, como David Bowie ou Michael Jackson, e surpreendeu ao gravar um albúm com a cantora lírica espanhola Montserrat Caballé para os Jogos Olímpicos de 1992 em Barcelona, trabalho que demonstrou uma enorme versatilidade da voz do cantor.

Alcançou a fama e prestígio mundial em 1975, com o lançamento do aclamado albúm “A Night At The Opera”, o quarto albúm de estúdio da banda, que dava a conhecer sucessos como “Love Of My Life” ou “You’re My Best Friend”. Mas era “Bohemian Rhapsody” que dava a cara por este albúm. São quatro músicas juntas numa só. Quatro géneros musicais diferentes que, quando encaixados, formavam umas das melhores e mais respeitadas obras de arte que a música dava a conhecer. Acapella, balada, ópera e hard rock, uma mistura improvável mas que marcaria para sempre o mundo da música.

Foram quinze albúns de estúdio, sete albúns ao vivo e três coletânias, totalizando mais de 300 milhões de cópias vendidas no mundo todo. E claro, centenas de concertos pelo mundo todo, batendo records e entrando para história como os dos maiores frontman da história da música. A habilidade de Freddie para controlar uma multidão de dezenas de milhares de pessoas era característico dos seus concertos. Brian May, guitarrista dos Queen, dizia que mesmo se a pessoa estivesse no lugar mais distante do palco iria ter a sensação de que o Freddie estava a cantar só para ela.

Mas tudo o que é bom tem um fim. Após terminar a “The Magic Tour”, a tour que promovia a mais recente albúm “A Kind Of Magic”, de 1986, com concertos pelo mundo todo, como os concertos em Wembley e o concerto em Budapeste, que na época estava do lado oriental da Cortina de Ferro, sendo uma das poucas bandas ocidentais a atuar no lado soviético, Freddie descobriu que era portador de SIDA, em abril de 1987, mantendo a notícia longe da imprensa.

Então a banda tomou a difícil decisão de se dedicar inteiramente ao trabalho em estúdio e parar de fazer concertos. Em 1989 lançaram “The Miracle” e em 1991 lançaram o último trabalho de Freddie Mercury em vida, “Innuendo”. Este albúm foi particularmente difícil de gravar, devido ao estado avançado da doença. O videoclip da música “These Are The Days Of Our Lives” foi o último gravado com Freddie Mercury. Nessa altura ele já estava tão debilitado que demoraram horas a maquilha-lo para disfarçar as manchas na pele, mas mesmo assim colocaram o vídeo a preto e branco para ajudar a esconder as marcas.

No dia da gravação da música “The Show Must Go On”, Freddie estava tão debilitado que nem se conseguia levantar da cadeira. Brian May sugeriu, então, uma pausa para ele descansar. Freddie recusou, pegou numa garrafa de vodka e bebeu-a toda. Depois disso levantou-se e num só take grava a música inteira, com um poder vocal nunca antes visto e que arrepia quem ouve.

“Mother Love”, música presente no albúm póstumo “Made In Heaven”, de 1995, foi a última música gravada por Freddie Mercury, cerca de 6 meses antes de morrer. Na verdade, Freddie nem a terminou de gravar. “Ele disse que iria para casa descansar, e disse que voltaria amanhã para terminar essa música… e nunca mais voltou”, disse Brian May sobre a produção da música. Após a morte do cantor, foi o próprio guitarrista que assumiu os vocais e terminou a música.

Freddie Mercury viria a morrer na noite de 24 de novembro de 1991, apenas 24 horas depois de ter oficializado para a imprensa que tinha SIDA.

Ainda hoje, o albúm mais vendido de todos os tempos no Reino Unido é dos Queen, “Greatest Hits”, de 1981, ultrapassando os 7 milhões de exemplares.

Miguel Vinagreiro

Getty Images