Compreender todos os aspetos económicos, de desenvolvimento e sociais do desporto é fundamental para determinar o desempenho des atletas e o progresso do desporto (GuoJie, 2021). A psicologia do desporto, ou psicologia desportiva, consiste no conhecimento e habilidades necessárias para utilizar essa compreensão e tomar decisões eficazes para jogar o jogo com sucesso (GuoJie, 2021). Isso é relevante não apenas para es própries atletas, como também para líderes de equipa e psicólogues desportives profissionais (Malkin et al., 2020).
Ao considerar o seu próprio pensamento individual, o seu conhecimento desportivo, assim como a sua consciência dos padrões e requisitos do jogo, es atletas podem tomar decisões informadas durante a prática e durante a partida para obter uma vantagem competitiva (GuoJie, 2021).
A motivação pode surgir num processo natural em cada pessoa, até porque diferentes pessoas sentem e exigem diferentes tipos de motivação, mas é ê líder que deve contribuir para essa motivação constante, dado ser sabido que pessoas motivadas desenvolvem e demonstram muito mais facilmente as suas capacidades (Malkin et al., 2020). O conceito de motivação encontra-se geralmente associado ao facto de uma pessoa se propor a atingir um determinado objetivo (GuoJie, 2021). De forma geral, as pessoas já não são só motivadas por dinheiro ou por elevados cargos profissionais (GuoJie, 2021), uma grande maioria percebe que a qualidade de vida envolve igual satisfação no que se faz e no que proporciona o seu bem-estar físico e psicológico (Malkin et al., 2020). A motivação é, por esse motivo, um elemento essencial no crescimento do ser humano, bem como do seu processo de aprendizagem ao longo da vida (Malkin et al., 2020).
A motivação é caracterizada como a ação de pôr em movimento, é a persistência de mover-se em prol de um objetivo que implica a sua energia e orientação para um fim correspondente (Sesinando, 2021). O rendimento de atleta é afetado sobretudo pelas dimensões da motivação, intrínseca e extrínseca, como também pela autoestima, autoconfiança, ansiedade e agressividade (Sesinando, 2021). A motivação intrínseca diz respeito às razões que são internas à prática desportiva, pelo que não está relacionada com fontes externas, o que faz com que os indivíduos intrinsecamente motivados sintam satisfação somente pelo desporto em si (Violas, 2021). Por sua vez, a motivação extrínseca está altamente relacionada com as componentes exteriores ao desporto, tais como a aquisição de gratificações – que podem ser, inclusive, monetárias – e de estatuto (Violas, 2021). Assim, aquelus que estão motivades para o desporto de forma extrínseca, ambicionam adquirir recompensas, como por exemplo, a obtenção de reconhecimento social e a exibição das competências desenvolvidas (Violas, 2021).
Ao longo dos anos surgiram várias teorias de estudo sobre a motivação das quais definem o comportamento em dois fatores, sendo eles a direção e a intensidade (Sesinando, 2021).
A direção refere-se ao sentido atribuído do comportamento para um objetivo material ou que pretende alcançar um certo ponto (Sesinando, 2021). A intensidade corresponde à porção da energia que é atribuída ao comportamento (Sesinando, 2021). Deste modo, através desta perspetiva é fundamental criar métodos de motivação que permitam preservar ou aumentar a dedicação des atletas às suas respetivas funções (Sesinando, 2021).
A motivação é um processo que controla e orienta a direção e a intensidade do empenho des váries atletas consoante as particularidades (Sesinando, 2021). É considerada peles treinadories como o elemento-chave nas competições e nos treinos que tem como objetivo o êxito, a resistência perante os fracassos e o sentimento de orgulho pelos ganhos adquiridos (Violas, 2021). Perante isto é necessário que es atletas realizem as indicações dadas pelos sues superiories e executem os seus treinos (Violas, 2021). O motivo é considerado a unidade da motivação, sendo esta, por sua vez, definida como “uma força interior, impulso, intenção, que determina a ação de um individuo”. É essencial para perceber a motivação, analisar os motivos que tiveram efeito no indivíduo o que levou a que este tivesse determinado comportamento (Violas, 2021).
Os motivos mais relevantes para a prática desportiva são: o aprimoramento de capacidades que envolve a melhoria das competências quer pessoais quer profissionais; a realização das necessidades de afiliação, engloba estar com amigues, fazer parte de uma equipa, a busca do reconhecimento e espírito de equipa; a competitividade, ou seja, entusiasmo pela ação e sensação de adrenalina; ambição e prestígio, isto é, o gosto pelo sucesso, ganhar, conquistar, bem como a sua posição social; a aptidão, gosto por estar em forma e exercício e por último a libertação de energia, ou seja, diminuir os níveis de stress e ansiedade ao mesmo tempo que pretende ganhar energia (Violas, 2021).
Em relação às competências, é de enfatizar que a demonstração de habilidades por parte des atletas constitui um fator relevante para es mesmes, uma vez que serve de destrinça entre os bons e os maus (GuoJie, 2021). Além do mais, a escolha do contexto desportivo depende, de forma significativa, da perceção des atletas das suas próprias competências (Violas, 2021). Outro aspeto importante, no campo desportivo, diz respeito à conceção de sucesso por parte des praticantes (Violas, 2021). Em consonância com a própria subjetividade inerente ao conceito de sucesso, para algumes desportistas a obtenção do mesmo passa por ser ê melhor naquele meio, ao passo que para outres implica progredir no que diz respeito à obtenção de competências.
Neste seguimento, a compreensão do significado de sucesso desportivo, a nível individual, potencializa o estabelecimento de objetivos (Violas, 2021). De forma a incrementar a performance desportiva, é essencial proceder-se à definição de metas e objetivos, sendo que também podem ser implementadas diversas estratégias, tais como a mentalização – de cariz individual, em que o indivíduo se imagina a praticar com aptidão, implementando crenças positivas (como por exemplo, “eu confio na minha técnica”, “eu sou capaz” ou “eu acredito na minha preparação”) – e autoelogios, assim como autorreforços materiais, em que o indivíduo oferece a si mesmo uma prenda, por exemplo, e a visualização mental (Violas, 2021).
Referências
GuoJie, M. (2021). The role of athletic psychology, athlete engagement in athletic performance and athletes sports success in China: Does coaching behavior moderates?. Revista De Psicología Del Deporte (Journal of Sport Psychology), 30(3), 191-204. https://rpd-online.com/index.php/rpd/article/view/485
Malkin, V., Serpa, S., Garcia-Mas, A., & Shurmanov, E. (2020). New paradigm in modern sports psychology. Revista de Psicología del Deporte (Journal of Sport Psychology), 29(2), 149-152. https://www.rpd-online.com/index.php/rpd/issue/view/1
Sesinando, A. D. M. (2021). Estilos de liderança em gestão do desporto: Estudo dos efeitos na motivação dos técnicos superiores de desporto dos municípios portugueses [Dissertação de mestrado, Universidade de Évora]. Repositório Universidade de Évora. http://hdl.handle.net/10174/30646
Violas, C. (2021). Motivação no Desporto. http://www.escoladeafetos.com/2015/03/motivacao-no-desporto.html
NUPSI
Imagem: Inês Moura