A decorrer a 22 e 23 de março na UTAD e a 24 e 25 na Universidade de León, Espanha, as XV Jornadas e V Jornadas Ibéricas de Genética y Biotecnología contam com palestrantes e participantes portugueses e espanhóis no Auditório do Geociências.
As palestras e workshops englobam diversas áreas da genética, desde a ambiental à forense e passando pela ligação ao espiritual; em Espanha, focam-se na biotecnologia. Daniel Vieira, presidente do Núcleo de Estudantes de Genética e Biotecnologia (ADNGB), reconhece que é “um acréscimo de trabalho conciliar as duas universidades” mas que trabalha “com uma boa equipa” para este evento desde finais de outubro. Esta união, considera, é um “bom reconhecimento” para o curso e para a UTAD.
A opinião do presidente é compartilhada por Gabriela Cunha, presidente do Departamento de Gestão de Eventos. “É um bocado trabalhoso devido aos contactos com pessoas de outro país e à ligeira barreira linguística”, afirma, “mas aprende-se muito e aprendemos com os nossos erros”. Estefânia Vargas, membro do Departamento de Multimédia, realça que a organização é “um misto de emoções” mas que as Jornadas causam impacto: “ganhei um gostinho pela epigenética graças a uma palestrante” e “são muito importantes” para os novos estudantes.
A importância deste evento é ecoada por membros do público e pela lotação completa do auditório. Eva Povkhanych, estudante do segundo ano, elogia as Jornadas como uma “oportunidade para abranger o conhecimento” das diversas áreas da genética. Similarmente, Daniel Estrada, estudante do terceiro ano, considera que “ajuda os estudantes a encontrar áreas com as quais se identificam”. Roberto, um dos participantes espanhóis, lembra ainda que “congressos pequenos dão oportunidades a investigadores que não estão habituados ou não têm possibilidade de participar noutros âmbitos”.
O palestrante Luis Sáenz de Miera considera Portugal “encantador” e que é “estupendo vir aqui dar uma palestra”, com Estrada a salientar o “intercâmbio de conhecimento e de cultura”. No entanto, a componente ibérica não é consensual por entre os participantes. Várias pessoas queixam-se de não terem possibilidade de ir a Espanha e, como tal, acedem presencialmente apenas a metade do evento. Criticam também a organização e a calendarização do evento, afirmando que “não faz sentido começar no Dia da UTAD” e que as datas e os requisitos das comunicações orais e dos posters científicos foram anunciados muito próximos da realização das Jornadas.
Outro ponto de contestação é o modelo de apresentação dos posters científicos. Em modelo digital, as dezenas de posters presentes foram projetados individualmente numa só tela ao invés da tradicional impressão que lhes permitia ser espalhados pelas divisões e vistos a bel-prazer. “Trazemos trabalhos para ninguém ver”, queixam-se.
Não obstante a eventuais problemas, tais como alguns atrasos, a receção tendeu para o positivo. A estudante de primeiro ano Carolina Vacula admite estar a “gostar da experiência e das Jornadas” e a licenciada Mariana Costa considerou os palestrantes “interessantes”.
A metade portuguesa do evento terminou com uma atuação da Vibratuna, que conta com algumas estudantes que fazem ou já fizeram parte da licenciatura em Genética e Biotecnologia. Os estudantes que vão a León partiram na madrugada de dia 24, sexta-feira, para a metade espanhola do evento; quem não foi, pôde acompanhar via Zoom.
Texto e Imagem: Joaquim Duarte