Aprender a ser feliz sozinho é a mais pura forma de felicidade, a mais real…
Estar sozinho não é o mesmo que sentir solidão. Estar sozinho é estarmos na nossa própria companhia e realmente apreciar e aproveitar esses momentos, é saber que temos pessoas com quem podemos contar, mas que ainda assim optamos por ter momentos onde não estamos com mais ninguém, porque a nossa companhia é a melhor companhia que podemos ter.
Isto é muito fácil dizer e muito difícil fazer. Estar sozinho e ser feliz passa por gostarmos de nós mesmos, muitas vezes o facto de não nos amarmos o suficiente e de não nos conhecermos o suficiente não nos permite desfrutar da nossa essência que é única. Isto passa por uma autoaprendizagem que custa, que dói e que várias vezes é evitada por esse mesmo motivo.
Os momentos em que estamos sozinhos são os momentos em que nos descobrimos, são a oportunidade de evoluirmos, de nos emanciparmos, perceber aquilo em que somos bons e descobrir que sozinhos somos capazes. Aliás, sozinhos temos de ser capazes, o outro tem sempre um lugar crucial na nossa vida, o isolamento não é algo benéfico para o ser humano, a nossa espécie não sobrevive sozinha, mas como já referi anteriormente estar sozinho não significa estar isolado e por isso é muito importante termos a consciência que os outros são bem vindos nas nossas vidas, mas a presença deles tem o intuito de acrescentar, de trazer algo novo e positivo, não tem o papel de ser o “tudo” da nossa vida, nós temos de ser sempre o mais importante da nossa vida, por muito que pareça egoísta é a realidade, se não reconhecermos o nosso valor nunca vamos saber dar o devido valor ao próximo, se não formos felizes sozinhos, nunca vamos ser uma boa companhia.
Ser feliz é uma sensação que nós mesmos sem termos consciência nos permitimos sentir. Não depende do que acontece, nem do que alcançamos, mas sim da maneira como nos entregamos à situação e como escolhemos lidar com ela. É um trabalho diário escolher agir em favor da felicidade sem depender de mais ninguém.
Tirar um tempo para nós, utilizar esse tempo para arrumar os pensamentos, dar-lhes um rumo e uma finalidade para depois nos tornamos mais fortes e mais capazes. Muitas vezes evitamos o tempo sozinho, porque nesses momentos estes pensamentos falam mais alto do que qualquer coisa e não conseguimos ignorar, pois bem, não é suposto ignorar, ignorar traz acumulação, quanto mais tivermos por arrumar, mais dificuldade vamos ter em fazê-lo porque por muito que deixemos passar, estes pensamentos vão arranjar maneira de se fazerem ouvir e vão vir muito mais inoportunos e indesejados. Esse tempo para nós pode ser tanta coisa que nem nos lembramos da facilidade que é apreciar a nossa companhia. Passa por estar sozinho no quarto a ler, por fazer o jantar só para nós numa casa vazia, por dar uma caminhada, ir às compras sozinho, ir a pé até à universidade sozinho de fones a ouvir as nossas músicas preferidas, estar sozinho é tanta coisa, é algo reconfortante.
As pessoas têm medo de estarem sozinhas, pois têm medo de se sentirem abandonadas ou de acabarem solitárias, mas uma coisa não tem de estar relacionada à outra, quando enfrentarem este medo e passarem para o outro lado deste problema vão perceber que estar sozinho é na realidade uma das coisas mais divertidas e educativas que podem fazer por vocês mesmos.
Sozinhos somos sempre nós mesmos, sozinhos não há barreiras, não há máscaras, e por isso sozinhos somos reais e honestamente felizes. Procurem encontrar a vossa felicidade.
Paula Pacheco