O filme Doutor Estranho no Multiverso Da Loucura é o último grande esforço da Marvel para ganhar dinheiro nas bilheteiras e, desta vez, parece mesmo que eles se esforçaram para fazer algo diferente.
O personagem principal, o ex-feiticeiro supremo, está de volta a ter um filme como main character e devo dizer que esta sequela é muito mais divertida e interessante que o primeiro filme. Os poderes do personagem estão mais fantásticos assim como os seus adversários, que têm também aquilo que poderia ser descrito como poderes mágicos. As interpretações dos poderes de Stephen Strange neste filme parecem muito mais criativas e fantásticas. O personagem desta vez parece comportar-se mais como um super-herói clássico do que um overpowered personagem que só aparece para boss fights ou para fazer mini cameos sobre magia.
O filme transmite uma energia diferente dos outros filmes da Marvel, diria até que temos neste filme um pouco de um comeback to force que lembra, um pouco, de como os filmes de super-heróis eram antes do MCU. Claro que o filme contém bastante elementos do universo em geral e táticas clássicas da Marvel, mas desta vez parece tudo diferente e bom, houve humor no filme que não interrompeu por completo cenas ou que simplesmente não tinha graça.
A estória e o desenlace do filme parecem quase self-aware e dá ao público aquilo que ele quer, a ação nunca para e os personagens estão sempre em movimento e nunca param. O enredo justifica sempre estes saltos de ação para ação e eu, pelo menos, nunca me aborreci ou senti que devíamos saltar para a frente.
O diretor Sam Raimi tem um talento para este tipo de estórias e nota-se bem que este filme foi feito com pés e cabeça, fazendo referências que fazem sentido, expandindo o universo de forma orgânica e tendo respeito pelo material original. Há muitas vezes em que eu como fã faria uma pergunta do porquê um personagem agir assim ou se não havia uma forma mais fácil de fazer algo, e assim que estava a pensar nestas coisas o filme responde imediatamente a estas questões.
Os pequenos elementos de terror que foram introduzidos na estória funcionam muito bem e dão um fator real de ameaça e terror ao vilão do filme, que tem por si umas intenções credíveis que o motivam.
O filme tem algumas falhas como o seu final que parece um pouco saído de My Little Pony, porque tudo o que os personagens precisavam de aprender é que eles tinham o poder desde o início e só precisavam de acreditar.
Em conclusão, Doutor Estranho é exatamente aquilo que devia ser, um filme divertido sem aborrecimentos e que dá aos fãs aquilo que eles queriam e se calhar um pouco mais, recomendo totalmente ir ver este filme ao cinema.
Top Tip: A menos que gostem do trabalho anterior de Sam Raimi não fiquem para a última cena pós-créditos
Rui Pinto