O amor. O amor, sentimento intenso, sobretudo pela sua caracterização enquanto emoção única, enquanto perspetiva infinita e cega. Somos seres humanos, vivemos numa constante aceitação e reprovação da alma, do nosso eu interior. Somos invadidos com esta coisa que chamam de “amor”. Algo que nos completa e preenche de uma forma surpreendente. Algo que nos dá tudo e pode dar tão pouco. Construímos uma imagem, uma visão à luz daquilo que nos faz viajar, daquilo que nos faz sonhar e perspetivar o futuro.
O futuro. O futuro que se torna o menor dos problemas. Planeamos o mais impossível e surreal. Contemplamo-nos com a pálida casa dentro do coração e contentamo-nos com um simples olhar, uma simples palavra ou simples beijo. Porque, na verdade, amamos aquele ser.
Como é possível o ser humano amar de tantas formas e jeitos diferentes? Será pela complexidade da sua mente? Será pela necessidade de sermos um só? Será pelo medo de nunca mais existirmos? Seja como for, este espaço que ocupa dentro de nós transfigura-se à imensidão do mar, à caminhada tangente pela areia ou até mesmo ao pôr-do-sol que se mantém acesso após tantos anos.
A vida. A vida transforma-se, acaricia o nosso olhar e enfatiza a procura pela felicidade, por um refúgio, um canto onde possamos confiar e espreitar a paz. Um lugar onde tudo possa ser possível, onde perfeição seja imperfeita e a insatisfação seja saciada.
O amor. O futuro. A vida. Observam pelas entrelinhas daquilo que nos move. Daquilo que é real, fora do sonho. Porque olhar para o preto e branco é bonito, mas as cores são tão mais encantadoras. Sente as entrelinhas do amor e vais perceber que o melhor de ti está lá.
Alberto Couto