Todos nós somos diferentes, mas todos nós sentimos, mesmo que de forma diferente.
Tenho-vos a dizer que estive muito tempo sem sentir nada, apática a tudo o que se estava a passar ao meu redor. Sabem porquê? Pois, nem eu. O que me ajudou foi saber que não era a única a sentir-me assim, que não era a única a ficar triste sem motivos e que não era a única que muitas das vezes não se conseguia compreender a si própria.
Não sei a partir de que momento me comecei a deixar sentir algo, qualquer coisa que fosse, por alguém ou por alguma coisa (ou talvez saiba, mas ainda não tenha noção), mas a realidade é que não sabia que precisava disso até realmente isso acontecer.
Há uns meses atrás li algo que me fez refletir sobre sentir, numa rede social qualquer, já nem me lembro qual foi, nem me lembro ao pormenor o que lá estava escrito, mas foi numa daquelas páginas com frases lamechas e era uma espécie de diálogo que dizia algo assim (só que em português do Brasil):
“- Conformei-me que o amor não existe. – Então porquê que continuas a falar disso? – Porque eu não me conformo que me conformei com isso.”
Não vou falar a fundo sobre o amor, porque cada um tem a sua forma de o sentir, mas o problema é que cada vez mais temos menos românticos, menos pessoas a acreditar no amor, menos relações que prevaleçam e acho que isso é algo que devemos refletir. Amar não é algo que se escolhe, ou que se decida, é algo natural, que vai chegar a todos, no seu tempo, só não se podem fechar a sentimentos e têm que se autorizar a viver.
Eu permiti-me sentir, deixei-me conhecer alguém a fundo e, acima de tudo, autorizei e dei-me a conhecer a alguém, de uma forma que nunca mais ninguém me conheceu, sem capas, sem bases, sem nada que não fosse apenas eu, totalmente nua. Estava de frente para outro alguém, também totalmente nu. Estávamos cobertos de ternura, de vontade de sermos felizes e de nos permitirmos de sentir, enquanto tudo o resto girava à nossa volta, sem termos nada que nos pudesse abalar de alguma forma.