O debate do passado dia 10 de janeiro, colocou frente a frente Inês Sousa Real, porta-voz do PAN, e Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, num confronto marcado por responsabilidades pela crise política e a separação entre esquerda/direita.
O PAN acusa Catarina Martins de ter contribuído para a crise política ao “estender a passadeira vermelha” a forças da extrema-direita com o chumbo do Orçamento de Estado. Por outro lado, o BE estranha ser Inês Sousa Real a fazer essa acusação quando admite viabilizar um governo do PSD.
A porta-voz do PAN salientou que “atirar a toalha ao chão e não dar oportunidade ao OE de chegar à especialidade é, de facto, falhar ao país e abrir a porta à extrema-direita, à direita liberal”, ao que Catarina Martins respondeu alegando que “é um pouco estranho lançar acusações sobre a extrema-direita, quando abre a possibilidade de apoiar um governo de direita, quando sabe que PSD e CDS nos Açores fizeram um acordo com o Chega e com a Iniciativa Liberal”. Sem demora, Inês Sousa Real esclareceu que o PAN “não se revê na dicotomia esquerda/direita”, acrescentando que o partido que lidera “jamais fará parte de um governo com o Chega”.
PAN e BE assumem como prioridade a questão da emergência climática, embora tenham divergências em matérias como os impostos, a descida do IRC, o rendimento básico incondicional e a taxa de carbono para a agropecuária, acentuando a troca de acusações sobre as diferenças na forma de abordar os resultados das eleições de 30 de janeiro.
Carlos Cardoso