Faleceu, esta sexta-feira, Jorge Fernando Branco de Sampaio, atual presidente da Plataforma Global para os Estudantes Sírios, no hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, aos 81 anos.
O antigo Presidente da República estava internado nos cuidados intensivos desde 27 de agosto devido a insuficiência respiratória. Jorge Sampaio estava de férias no Algarve quando foi internado, tendo depois seguido de helicóptero para o hospital de Carnaxide, onde era seguido.
O governo decretou três dias de luto nacional, o velório esteve durante este sábado aberto ao público e o seu funeral será este domingo, que honras de Estado, será antecedido de uma homenagem no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
No dia anterior ao seu internamento, escreveu um artigo para o jornal “Público” onde referia que estava a ser preparado “um programa de emergência de bolsas de estudo e de oportunidades académicas para jovens afegãs”.
O percurso político de Jorge Sampaio começou logo na faculdade fazendo parte da contestação ao regime salazarista e tendo sido presidente da Associação Académica da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Adere ao Partido Socialista em 1978 e em 1989 forma uma coligação com o PCP para ganhar a Câmara de Lisboa sendo o pioneiro na criação do que anos mais tarde viria a suceder no parlamento português denominado “geringonça”.
Demite-se da Câmara de Lisboa para concorrer à Presidência da República, cargo que ocupou durante durante dez anos (1996-2006). Ao longo dos seus mandatos decorreram alguns dos acontecimentos mais marcantes da política portuguesa, desde a entrega de Macau à China em 1999, ao contributo na independência de Timor. Assistiu também às demissões de António Guterres (2001) e Durão Barroso (2004) do cargo de primeiro-ministro e à dissolução do parlamento com governo de maioria PSD-CDS liderado por Santana Lopes (2004).
Sai de Belém e assume papéis importantes na ONU como Enviado Especial para a Luta Contra a Tuberculose e Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações. Em 2013, criou a Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios, da qual era presidente, que ajudava jovens que fugiam da guerra e vinham estudar para Portugal.
Carlos Cardoso