Será que estamos preparados para a vida adulta?

Será que estamos preparados para a vida adulta?

Somos atualmente jovens que passamos a nossa vida toda a estudar. Somos obrigados a tomar decisões importantíssimas para nosso futuro aos 18 anos de idade. Acham mesmo que temos essa capacidade? Não temos, mas pelo menos procuramos um bom ensino, independentemente da área que escolhemos.

Tanto tempo a estudar e mesmo assim não nos preparam para o mercado de trabalho. Sabemos a teoria e mal porque depois de qualquer frequência a pouca matéria que estava na nossa cabeça simplesmente evapora. E a prática quem nos ensina? Somos nós que maioritariamente nos desenrascamos e procuramos atividades extracurriculares que nos põem num plano mais próximo da realidade do trabalho.

Há ferramentas cruciais para um jovem bem-sucedido que não nos são ensinadas logo no primeiro ano de universidade. Precisamos de elaborar um currículo saber estar numa entrevista de emprego, criar contactos e insistir, se queremos vingar de alguma forma. Não estou a dizer que devemos ter tudo de mão beijada, mas o ensino deve preparar-nos melhor. Pelo menos temos internet, temos workshops e formações organizadas pelos núcleos para nos ajudar, mas somos nós que vamos atrás e organizamos. Já para não falar de mestrados, que não temos nem ideia de como funcionam os processos de candidatura até ao nosso 3º ano, quando nos vimos forçados a procurar.

Nem sempre a matéria é o mais importante. Quero um ensino que nos confronte com a vida a sério, que nos mostrasse que isto não é um mar de rosas, que vamos ter de trabalhar e muito. Não digo trabalhar na área que estamos a estudar na faculdade, porque a vida dá muitas voltas, e tal como disse em cima, tomamos uma decisão aos 18 anos que aos 22 já podemos não levar à vante.

Quero formações organizadas pela universidade que nos ensinem, por exemplo, como fazer o IRS anualmente, como poupar e investir dinheiro porque no futuro também vamos precisar disso. Quero um ensino que nos incentive a ver notícias, e a saber sobre a política e o estado atual do nosso país. Quero um ensino que cative, um ensino original, que lecione o que nós realmente precisamos, e que acima de tudo, transmita valores para a vida.

Para isto é necessária uma contribuição mútua das duas partes, do professor em ensinar os conteúdos da melhor forma possível e do aluno em ter interesse pelo que é lecionado ou, pelo menos, manter os respeito pelo docente e pelos restantes discentes.

A educação dada pela família é importante, mas o ensino escolar é imprescindível para que os estudantes de hoje, sejam adultos exemplares que tornarão este país num lugar melhor.

Vera Lopes