Greves de fome, serão eficazes?

Greves de fome, serão eficazes?

A greve de fome realizada por empresários da restauração acabou após uma semana e tal como qualquer bom português sabia, o governo não fez nada.

Os sete dias de fome em que o Chefe Ludovico (porra queria dizer Ljubomir, será racista gozar com o nome do homem? Tenho de perguntar ao editor) participou terminaram, e após tanto sofrimento, chegou-se à conclusão de que ter uma reunião com o Senhor Ministro não seria assim tão fácil.

Admito desde já que o meu conhecimento de política é limitado e tudo o que sei é que o Sócrates é bandido, que existe uma geringonça qualquer, e que o Marcelo ganhou porque é simpático e tira selfies. No entanto, mesmo tendo em conta esta minha ignorância pergunto na mesma, custa assim tanto organizar uma reunião com os empresários de um setor importante e que está a sofrer neste momento? Reconheço que esta situação não está fácil para nenhum lado, mas deixar um grupo de pessoas à fome durante sete dias, só por quererem oportunidade de negociar um bom plano para o seu futuro, parece-me um bocado indigno de um país que se declara democrático.

Perante todo este aparato, ponderei sobre a eficácia dos protestos. Já houve protestos neste país claro, contudo não me vem à memória algo com um impacto tão grande como uma greve de fome. Enfim, depois de muita reflexão cheguei a uma conclusão, Portugal está muito verdinho no que toca a protestos, quer dizer, até a maior revolução que tivemos foi pacifica e cheia de flores, nada macho devo dizer.

Os portugueses têm que aumentar a fasquia e para tal, sugiro olharmos para o estrangeiro, saltando obviamente protestos inúteis como quando John Lennon (sim o caixa de óculos dos Beatles), ficou na cama durante duas semanas. Tudo bem que a mulher dele não é grande coisa, mas mesmo assim e além do mais, temos de sair cá para fora, estar dentro de casa este ano não vai chocar ninguém. Um bom exemplo seria de um senhor tibetano que se autoincendiou, o jovem monge agiu para protestar o governo chinês e podem adivinhar os resultados de um ato destes. De facto, não resultou porque aqui entre nós, o governo chinês é danado mas não se deixem desencorajar, de certeza que existe um tipo de protesto que há de resultar, talvez tenhamos é de apelar mais à demográfica que estamos a tentar atingir.

As greves de fome parecem ter zero efeito no nosso país, teremos então de explorar novos mercados de protestos e realizar estudos de caso de maneira a atingir o género de protesto que poderá obter os melhores resultados.

Prometo que farei uma pesquisa longa e meticulosa de maneira a obter respostas que possam solucionar este dilema, entretanto sugiro ao Ludovico e ao resto dos queixosos a irem tentando um pouco de tudo.

Concluindo, num tom mais sério, ainda haver necessidade de graves deste tipo num contexto de século XXI é inaceitável, a Covid-19 trouxe muitos obstáculos, e soluções são sempre complicadas, mas este tipo de sofrimento adicional deveria ser sempre evitado.

Rui Soares Pinto