No passado 20 de maio, celebrou-se a 6ª marcha LGBTQI+. Esta contou com a participação de algumas instituições e cerca de uma centena de participantes. Teve início às 15 horas no Jardim da Carreira e percorreu alguns pontos da cidade em nome da igualdade.
No início da marcha, foi passada uma mensagem de unidade e de igualdade perante a comunidade para continuarem a luta. O evento terminou frente na Avenida Carvalho de Araújo com direito a uma aula de zumba seguida de um espetáculo da drag queen SexRuby.
O símbolo principal da marcha foi “a bilha”, símbolo Património Cultural Imaterial da UNESCO, tradicional de Vila Real, envolto num mistério: como se bebe pela bilha? Este deu mote para a mensagem transmitida, fazendo um paralelismo: “quando é que vai haver igualdade de uma vez por todas?”, explicou Ana Rita Silva, membro da organização.
Sendo esta a 6 ª marcha em Vila Real, ouvem-se relatos sobre ser um “abre olhos” onde as pessoas começam a respeitar quem faz parte da comunidade. No entanto, “o que é preciso é uma marcha por ano com muita gente que esteja cá para defender a igualdade e o respeito por todos” refere ainda Manuel Pinto.
As marchas em si “não mudaram, continuam exatamente com o mesmo propósito, temos é visto mais adesão das pessoas mais novas e das pessoas de cá”, afirma Andreia Silva, membro da organização. Acrescenta que há cada vez mais “pessoas de Vila Real que querem mostrar o seu apoio, lutar pela causa e que o movimento tenha visibilidade”. Relata-se também que se consegue sentir algum impacto na evolução da sociedade, “havendo menos repressão” mas “ainda há muito caminho a percorrer” e “cá continuaremos para o próximo ano”.
Inês Nogueira, ativista na luta pela igualdade (..), relembra ainda que “temos que ter em mente o facto de que é preciso tempo”. “Eu que nasci e cresci aqui, sinto-me hoje mais livre para passear pelas ruas de Vila Real, e poder usar aquilo que quero e estar com quem quero, seja homem, seja mulher, seja o que for, e isso para mim já é uma grande mudança”, continua.
No entanto, nem tudo é um mar de rosas. Tal como referido, ainda estão longe do fim da luta, através de “comentários no café, de certos olhares” e até situações físicas. No entanto, “estamos aqui para causar reflexão nas pessoas e tentar ser um abre olhos e as pessoas gradualmente têm ficado mais conscientes”.
Entre cartazes, bandeiras e cânticos se marchou para transmitir a mensagem de igualdade graças ao empenho dos participantes contra a homofobia, desigualdade e desrespeito.
Texto: José Miguel Alves
Imagem: Ana Rita Cunha