O GD Chaves recebeu e venceu o cada vez mais aflito Paços de Ferreira, nesta tarde de sábado. A equipa transmontana fica assim a dois pontos de atingir a melhor pontuação de sempre na primeira liga.
Numa semana em que se soube que, mesmo ganhando, o Chaves já estava fora da luta pelas competições europeias, por não se ter inscrito, a equipa preparava o jogo contra o Paços de Ferreira, que tinha urgência em pontuar. Pensou-se num eventual relaxamento da equipa, mas Vitor Campelos realçou a possibilidade de atingir o melhor resultado de sempre desde que a vitória atribui três pontos e deu o mote para o encontro referindo que era preciso estar no limite para “respeitar o adversário”.
Mesmo assim o jogo começou com algumas distrações dos transmontanos e aos três minutos o Paços esteve a centímetros de inaugurar o marcador. A jogada iniciou-se com uma perda de bola de Carlos Ponk, que ligou mal o jogo, permitindo a Jordan Holsgrove recuperar a posse já dentro do seu meio campo ofensivo. O escocês viu-se em situação de 3 para 2 e entregou à direita em Nico Gaitan, que rematou para defesa atenta de Paulo Vitor. Na recarga, Adrien Butze falha o alvo com um golpe de cabeça em jeito de recurso.
Aos sete minutos voltou a ser a formação forasteira a ameaçar. A bola fica a pingar à frente de Gaitan, mesmo ao gosto do seu pé esquerdo e dali só teve olhos para a baliza, mas a sua investida voltou a esbarrar em Paulo Vitor.
O Chaves continuava a controlar a posse, mas tinha dificuldades em penetrar o 5-4-1 dos pacenses, que faziam descer Rui Pires para o meio dos centrais.
Ao quarto de hora de jogo, o Chaves ameaça pela primeira vez a baliza de Marafona. Saída pela direita, João Mendes conduz entre a linha média e o quinteto defensivo e descobre Benny por dentro que desfere um remate perigoso, mas que sai por cima.
A equipa da casa foi sempre a dona da bola, procurando o Paços recuperar alto e acionar a velocidade de Thomas. O entendimento entre o extremo e Antunes, que aparecia por dentro, confundiu a certa altura Bruno Langa que deixou Antunes cruzar de forma exímia para a área, mas que viu a bola a acabar nas mãos de Paulo Vitor por falha no timing do ponta de lança do Paços.
O guardião mostrou-se em bom plano entre os postes mas também a ler o jogo e a soltar a bola com precisão e qualidade. Aos 41 minutos, numa jogada que havia previamente começado numa boa leitura de Paulo Vitor, o Chaves criou perigo por via de um cabeceamento de Hector Hernandez.
Já na reta final da primeira parte, aos 42 minutos, contrariedade para o Paços, que vinha criando mais perigo, mas que viu Paulo Bernardo ser subtraído ao jogo depois de ver 2 amarelos nas 2 faltas que cometeu. Para o Paços o jogo ficou, obviamente, mais difícil e a equipa passou a viver exclusivamente dos cruzamentos – maioritariamente da esquerda – mas também do virtuosismo de Thomas.
Já no regresso dos balneários os transmontanos chegaram ao golo, por via da bola parada. Canto curto a confundir a marcação zonal dos castores que viu Obiora a corresponder nas alturas ao cruzamento sublime de Benny. O extremo internacional sub-19 teve tempo e espaço para levantar a cabeça e cruzar com qualidade.
O Paços era assim obrigado a tentar impor o ritmo do jogo e foi acionando cruzamentos vezes sem conta. Cesar Peixoto tentou mexer com a equipa por via de alterações, primeiro com a entrada de Uilton para o lugar de Butzke (63’ minutos) e depois para as entradas de Tiago, Guedes e Hernani para as saidas de Thomas, Gaitan e Rui Pires (75’ minutos), desmontando assim a linha de 5 atrás e dando mais espaço ao Chaves.
Vitor Campelos também mudou as peças em campo, ainda antes da tripla alteração dos castores e aos 72’ minutos foram a jogo João Correia e João Pedro para os lugares de Steven Vitória e João Mendes.
Mesmo com todas as alterações o Chaves chega ao golo por meio de apostas que constavam no 11 inicial. Uma aula de ataque posicional dada pelo Chaves que atrai a pressão dos forasteiros e vai encontrando o espaço disponível. Basculação de bola para a esquerda à entrada do meio campo ofensivo, cruzamento do inevitável Bruno Langa e um golpe de cabeça de Hector que foi travado por Marafona. A bola sobra para João Teixeira que assina o segundo da partida na recarga.
Com um a menos e dois golos de desvantagem o Paços não mais criou perigo e os flavienses limitaram-se a controlar o jogo até final. Tempo ainda para as entradas de Luther Singh (ex-castor) Euller e Juninho para os lugares de Langa, Hector e Benny (85’ minutos).
O Chaves soma assim 3 vitórias consecutivas pela primeira vez na temporada e aproxima-se do 6º posto. O Paços continua afundado na zona de despromoção e pode ver consumada a descida já hoje, caso o Marítimo vença o Sporting.
Texto: Tiago Santos
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