Após mais de dois anos a vivermos uma pandemia, a habituarmo-nos a olhar para as pessoas de outra forma, ao uso de uma máscara que nos mostra apenas os olhos, tudo isso chegou ao fim e a máscara, finalmente, caiu.
Esta deixa de ser obrigatória em quase todos os lugares, exceto em transportes públicos, o que é consideravelmente bom porque assim não temos de levar com o odor dos outros num espaço tão pequeno. Difícil vai ser agora tentarmos esconder as “caretas” que fazíamos num ato irrefletido, ou não, pois é certo que a máscara ajudava nisso. Se há coisa para qual a utilização da mesma serviu, foi exatamente para escondermos a nossa cara de repúdio perante certa gente. Mas… e agora? Como vamos parar de fazer cara feia “a torto e a direito”? Pois bem, já fomos!
Acho graça ao facto de diversas pessoas não concordarem com o uso de máscara, uma vez que diziam que esta não protege, demonstrando estarem fartas da mesma. Só que agora deixou de ser obrigatória e, ainda assim, continuam a utilizá-la e a dar-lhe uso em todo o lado. Afinal, o ser humano é só injusto ou gosta de ser do contra? Ah, também é importante referir que TODOS usamos máscaras e não são das descartáveis. Assumimos diversas personagens em vários momentos da nossa vida e as crises são sempre momentos de clarificação, pois é ao enfrentarmos um problema que descobrimos quem são as pessoas que realmente importam e aquelas que deixam finalmente cair a sua máscara.
Depois disto, acho que posso garantir que, daqui a alguns anos, não iremos encontrar moedinhas nos bolsos dos casacos, mas sim máscaras, recordando, assim, a fase mais estranha que vivemos até hoje.
Inês Silva