Existem diversos pontos de vista sobre o tema da religião. Cada um vive a doutrina à sua maneira ou não a vive de todo, logo até que ponto é que a crença é libertadora ou uma condicionante à liberdade?
Acredito que seja confortável para quem vive a religião sentir que nunca estão sozinhos, sentir que sempre que precisam de partilhar sentimentos ou pensamentos existe uma entidade, ou algo que os recebe, acredito que até sintam mesmo segurança, já que sentem que estão protegidos, mas por outro lado existem algumas condicionantes que me fazem questionar a famosa bondade que a religião carrega consigo. Temos o exemplo da religião cristã na qual abortar é um pecado. Esta posição perante este assunto faz com que quem segue a religião desta maneira perca a opção de fazer o que quer com o seu corpo e se escolher ir contra isto mesmo seguindo a religião comete um grave pecado e no seu limite acaba no “inferno”.
Se a religião é algo que na sua mensagem diz que devemos amar o próximo, que devemos fazer o bem, porque é que carrega também tantos preconceitos e tantas barreiras consigo, se é suposto sermos felizes na religião? Porque é que temos que seguir uma quantidade de regras que nos retiram tanta liberdade? Porque é que se duvidarmos ou até só mesmo questionarmos temos de ser punidos? Questionar tudo à nossa volta não é uma grande parte da nossa liberdade? Não precisamos nós dessas dúvidas para nos formarmos enquanto pessoas? Até que ponto é que a igreja nos quer privar da capacidade de pensar individualmente?
Eu acredito que todas estas questões mais negativas não sejam culpa da religião em si, mas sim das pessoas que se dizem fazedoras da religião. A religião para mim sempre foi apenas uma questão de fé, escolher aquilo em que acreditamos, acho que essa parte de punição foi incutida pelo ser humano. Acho que conseguimos escolher aquilo em que acreditamos e retirar o que não nos faz sentido e assim viver a religião à nossa maneira.
Admito também que a minha visão da religião é influenciada por todas as pessoas à minha volta, pelo que dizem, como agem e por tudo o que já experienciei em relação a isto e que por isso este texto possa não fazer sentido para quem o lê, o que também é algo interessante, porque apesar de ser difícil não devíamos deixar que os outros definissem o nosso conceito de religião, devíamos tirar as nossas conclusões.
Acima de tudo, para poder existir estas diversas visões sobre este tema tem que existir respeito e tolerância. Cada um escolhe o Deus em que acredita, cada um escolhe a energia em que acredita, cada um escolhe no santo que acredita… Já existiram demasiadas guerras e conflitos por causa deste assunto, acho que temos que ter todos a consciência de que nunca somos obrigados a concordar, mas que somos sempre obrigados a respeitar.
Paula Pacheco