No debate televisivo entre Rui Tavares e André Ventura, na CNN Portugal, o clima aqueceu entre os dois candidatos. O líder do Livre começou por caracterizar André Ventura como “candidato do sistema”.
O debate contou com constantes trocas de acusações e Rui Tavares afirma que André Ventura foi apadrinhado por primeiros-ministros e ministros de Governos anteriores, por dirigentes de clube de futebol e pela imprensa e que o “Livre, para estar aqui, teve de vencer as resistências dos canais de televisão e dos partidos”.
Na resposta, André Ventura considerou que Rui Tavares não devia estar no debate, “porque o Livre não está no parlamento”, e acusou o partido de ter o “programa mais anacrónico que existe nas legislativas”. Criticou, ainda, que medidas como a restituição de obras de arte às ex-colónias levam a um “debate de feridas à sociedade portuguesa” ou, então, medidas como a criação de um passaporte humanitário internacional são uma forma de os imigrantes “entrarem por onde quiserem”. Rui Tavares contra-argumentou referindo que o passaporte humanitário é uma “das formas de responder à situação dramática” que ocorre no mar Mediterrâneo.
Numa constante troca de acusações, Rui Tavares alegou que o Chega é financiado por “gente ligada à indústria do armamento”, a casos de “burla do Estado angolano” ou “gente com contas em offshore, no entanto, André Ventura relembra que Rui Tavares foi candidato nas listas do PS à Câmara Municipal de Lisboa, um partido que alegou ser financiado também “por grandes interesses ocultos de armamento e de ‘offshores'”.
O debate terminou com André Ventura a criticar o Livre por terem apresentado menos de dez propostas, durante a legislatura, na Assembleia da República e não terem apresentado nenhuma contra a corrupção, e com o dirigente do Livre a afirmar que, quando foi eurodeputado do Bloco de Esquerda entre 2009 e 2014, escreveu vários relatórios sobre a matéria.
Letícia Ribeiro