Racismo é descrito no dicionário com uma atitude hostil ou discriminatória em relação a um grupo de pessoas com características diferentes, nomeadamente etnia, religião e cultura, logo uma pessoa racista é uma pessoa partidária do racismo. Mas, para o Presidente dos Estados Unidos da América a definição deve ser diferente pois usou a palavra “shitholes” (que em português, e de uma maneira simpática, significa “latrinas”) para se referir ao Haiti e a países africanos (parece que ele prefere pessoas da Noruega, vá-se lá saber o porquê), durante uma reunião na Sala Oval da Casa Branca.
Donald Trump é conhecido pelo seu discurso nacionalista e discriminatório em relação a muitos outros países e, bem… quando o nosso lema se baseia na construção de um muro para dividir dois países e em ofender a população feminina e povos com etnias diferentes pode-se ser considerado muitas coisas menos racista porque, para Trump, ele é “a pessoa menos racista que alguma vez foi entrevistada”. Parece que vamos ter de rever as definições das palavras racista e racismo, porque o Presidente dos Estados Unidos não concorda e se ele não concorda é porque está errado.
Devido à palavra pronunciada pelo presidente de uma das maiores potências do mundo a reunião foi, sem sombra de dúvidas, polémica, mas produtiva nem tanto, já que não se chegou a um acordo sobre a reforma das leis de imigração e graças a isso cerca de 800 mil pessoas podem ficar expostas à deportação se não houver concordância nos próximos dias. Pelos vistos, Trump esqueceu-se de qual é o objetivo do seu cargo, mas para quem não se lembra, o propósito de ser presidente é garantir que as leis criadas garantem os direitos humanos das pessoas, não o contrário. Não se espera que alguém que ocupa o cargo máximo do país ofenda as populações que nele habitam e que não se lembre que são essas mesmas pessoas que exercem as profissões que os americanos recusam. Estas situações não deviam acontecer, mas não só elas acontecem como se começa a achar normal as expressões utilizadas por Trump e a forma como ele recorre ao Twitter para se desculpar por cada vez que faz asneiras.
O mundo precisa de mudar assim como as mentalidades das pessoas que nele vivem. De que serve ser o Presidente dos Estados Unidos da América quando se comporta como um adolescente que não aceita a palavra “não” e faz birra? Porquê excluir pessoas só pelo local de onde vêm? É preciso rever os nossos conceitos de igualdade porque, pelo que vejo, o mundo não vai aguentar muito mais e ninguém quer que a história se repita, por isso, temos de parar de nos esconder atrás das nossas redes socias e começarmo-nos a consciencializar de que as nossas ações têm consequências e que as nossas palavras magoam as pessoas. Para isso, temos de começar por cada um de nós até chegarmos a Donald Trump… pode ser que com um tweet resolva a situação.
Andreia Coutinho