Há mais de um ano e meio que ando por Vila Real. Posso dizer que já percorri muitas vezes os caminhos principais da cidade. É uma cidade pequena em comparação à Invicta, a minha cidade natal, mas, no entanto, não deixa de ter o seu encanto, o encanto trasmontano e duriense que enfeitiça todos que por ela passam.
Sou uma menina da cidade, que cresceu em volta de trânsito, movimento e alvoroço urbano. Todos os dias o primeiro cheiro que me vinha ao nariz quando saía à rua era o de alcatrão da estrada. Também tenho natureza à minha volta e, da minha casa, tenho uma incrível vista das montanhas, mas é diferente. Quando no Porto somos só mais um entre os milhares que apanham o metro todos os dias, em Vila Real sentimo-nos um bocadinho maiores quando nos cruzamos com um conhecido sempre que vamos ao supermercado, por exemplo.
Uma cidade onde todos se conhecem, a cidade que se inclui no Reino Maravilhoso de Miguel Torga é uma cidade em que os estudantes encontram uma segunda casa, o espaço que nos acolhe como vila-realenses durante o nosso percurso universitário e que nos dá pena de abandonar. A quietude da paisagem associada à tranquilidade das pessoas, os espaços de natureza no seu estado mais puro, a cultura representada em locais que agradam aos mais variados gostos.
Contudo, esta grande “aldeia” vive escondida dos olhares do mundo. Há pouco investimento na cidade e pouco aproveitamento dos recursos que ela oferece. Uma ótima cidade para viver que não lhe vê reconhecido o seu carácter empreendedor e de grande potencial. Enriquecida pelos estudantes, estes têm que a abandonar e deslocar-se para as grandes cidades visto que não há quem aposte em si.
Aos poucos e poucos, a cidade em conjunto com a universidade têm vindo a desenvolver vários projetos de forma a atrair parceiros de negócio e investidores a apostarem em Vila Real e na região, no entanto ainda há muito pouca divulgação e promoção da cidade para o panorama nacional.
Vila Real é uma cidade que dá mais do que recebe. Desde o Parque Corgo ao Parque Florestal, do Palácio de Mateus que deu imagem ao vinho à Casa de Diogo Cão que deu nome à escola, entre o Alvão e o Marão, apaixonamo-nos pelos caminhos de Vila Real. Enamorados pela paisagem, pela comida, pelo vinho, pela tradição, pela cultura, pelas gentes, pela cidade, acolhemos nos nossos corações e na nossa memória a ‘Bila’ que não vamos esquecer dos tempos em que nela vivemos os melhores anos da nossa vida. Vamos mostrar a Portugal (e ao mundo) Vila Real, ó que linda que és!
Daniela Tomás