Na noite de 13 de abril de 2025, os líderes da Aliança Democrática e do Partido Pessoas-Animais-Natureza, protagonizaram um debate bastante intenso. Nuno Melo e Inês Sousa Real trocaram argumentos num confronto com severas divergências ideológicas.
Logo desde o início, o debate mostrou-se tenso. A porta-voz do PAN atacou diretamente as propostas da AD, acusando o partido de ser “retrógrado e conservador” em temas como direitos das mulheres e proteção animal, rejeitando, de imediato, uma possível coligação de centro-direita.
Nuno Melo preferiu optar por desvalorizar as críticas, dizendo que estas “não passam de exercícios de dramatismo político”. Acusa, assim, o PAN de ter uma postura “irrealista e incompatível com as necessidades económicas do país”. Defendeu que a AD tem um plano bem consolidado para o equilíbrio das contas públicas e para o crescimento económico do país, desvalorizando o PAN e classificando-o como “extremista ambiental”.
Um dos momentos mais tensos deste debate aconteceu quando se discutiram políticas de género. Sousa Real acusou Melo de liderar um projeto da AD que consistiria num retrocesso nas políticas de igualdade de género. Além disso, também aproveitou para criticar a AD em relação a iniciativas legislativas que, na ótica da mesma, “fragilizam a proteção das mulheres…”.
O presidente do CDS manteve uma postura firme, alegando que a porta-voz do PAN manipulava o seu discurso para procurar vitimizar-se.
O debate também deixou evidente a incompatibilidade dos dois partidos para um possível acordo. Inês Sousa Real deixou bastante claro quando afirmou que o PAN “não será uma bengala da maioria conservadora”, insistindo na independência do seu projeto político. Já o representante da AD não se mostrou muito preocupado com a ausência do apoio do PAN, afirmando que a AD continuará a dialogar com outros “mais alinhados com a realidade do país”.
O debate entre Nuno Melo e Inês Sousa Real comprovou a fragmentação política do país, onde consensos são raros. O eleitorado tem agora o veredito final sobre que tipo de medidas deseja ver aplicadas no próximo ciclo político.
Texto: Afonso Calvário
