Duas semanas depois do lançamento do seu quinto álbum de estúdio, os IDLES iniciam a tour de “TANGK” no Pavilhão Rosa Mota no Porto.
O mais recente trabalho da banda de Bristol segue o percurso experimental e menos agressivo do seu antecessor “CRAWLER“, e desta feita, os IDLES juntam-se a Nigel Godrich – aclamado produtor de Radiohead desde 1997 – para produzir um álbum que deixa de lado o foco nos riffs pesados de guitarra para ter uma maior prevalência de samples e sintetizadores. Poder-se-ia dizer que em “TANGK” os IDLES são como um tanque a disparar flores sobre os gritos e cânticos de revolta dos seus trabalhos anteriores. Neste álbum, a banda vai mais longe, procura reinventar-se e mostra uma ambição sonora sem igual na sua discografia. Este disco deixa para trás a ideia “simplista” de guitarras distorcidas e cria paredes com muitas camadas sonoras em cada tema, sempre bem suportadas pelas bases rítmicas de Adam Devonshire (baixista) e Jon Beavis (baterista).
E são estes dois que dão a base para todo o espetáculo que vimos no Porto no passado dia 29 de fevereiro. Num concerto que abre com a poderosa “Colossus“, os IDLES percorreram, ao longo de duas horas, a sua discografia com maior parte dos temas a serem importados, claro está, de “TANGK”.
O público cantava e movimentava-se a cada tema, acompanhando o ritmo frenético e poderoso da banda. Embora este tenha sido o primeiro concerto da tour, os temas do “recém-nascido” “TANGK” estavam já consolidados pelo público que vibrou com a mesma intensidade tanto ao som do hino “Never Fight A Man With A Perm” (Joy as an Act of Resistance, 2018) como de “Gift Horse” (TANGK, 2024).
Ao longo de 24 temas, os IDLES mostraram que cada vez mais são uma máquina de concertos. As performances de Idles, não só têm sido alavancadas pela constante anarquia entre as guitarras de Mark Bowen e Lee Kiernan, como também pela expressividade e potência de Joe Talbot sob os alicerces construídos pelo baixo de Devonshire e a bateria de Beavis. Esta fusão resulta numa presença em palco quase sem igual no panorama atual do rock.
Ao fim de duas horas, o público suado e de sorriso no rosto abandona o recinto com a certeza de que poderá reviver este momento ainda este ano, em agosto, no festival Vodafone Paredes de Coura.
Tiago Esteves
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