Por vezes, há um enorme hype à volta de um filme, que tanto os críticos como o público geral têm muito de bom a dizer sobre o mesmo, mas eu pessoalmente não achei nada de especial.
Past Lives segue a história de Na Young que conhece o seu primeiro amor de infância, Hae Sung, no seu país de origem da Coreia, mas perde o contacto quando com ele após se mover com os pais para os Estados Unidos. Passados alguns anos, estes encontram-se através da internet e alguns anos depois reencontram-se em pessoa.
A história desenvolve-se ao longo da semana que os personagens passam em Nova Iorque, já com vidas completamente diferentes, novas relações e a questões e a imaginação do que podia ter sido se nunca se tivessem separado.
Para não “rasgar” já o filme por completo, comecemos pelos positivos. A inclusão de uma história infusada das diferenças da cultura coreana e americana é bem demonstrada ao longo do filme, principalmente nas diferenças entre Hae Sung e o marido americano de Nora (Na Young). A cinematografia é muito boa, complementada com visuais de interiores e das paisagens de Nova Iorque. O simbolismo é talvez a melhor parte, que é perfeitamente complementado com os visuais anteriormente mencionados.
Este filme podia ser melhor, se o roteiro tivesse sido escrito de melhor forma, algumas escolhas tomadas na história e nas personagens, fazem com que perca algo que poderia fazer a premissa mais genial. A falta de química entre algumas personagens deixa muito a desejar, tendo em conta que se trata de um filme de romance. As atuações deixam também a sensação de que podiam ter sido muito melhores, principalmente a de Greta Lee que parece que não adiciona qualquer tipo de personalidade a sua personagem.
Posto isto, num ano em que tivemos, Oppenheimer, Barbie, Killers of The Flower Moon, entre outros, este não entra na lista de melhores do ano. Se querem ver um melhor filme de romance, recomendo Eternal Sunshine of the Spotless Mind ou a trilogia do Before, da qual este filme tenta tirar características, mas com pouco êxito. E se querem algo asiático, recomendo, In the Mood For Love ou o 2046.
O filme não é dos melhores, mas mesmo assim não é mau, de 0 a 5, 3 e de 0 a 10, 6.
Texto: Gonçalo Sousa
Imagem: Eduarda Paixão