Portugal atravessa certamente uma época nunca antes vista no que toca a casos de corrupção e má governação, problemas que sempre existiram na nossa nação desde 1143, mas que parece que só em 2023 é que os olhos se abriram completamente.
A persistência destas más práticas, apesar de nefastas, como todos bem conhecemos, tornou-se um hábito intrínseco dos empoderados, política e monetariamente.
Desde a Revolução dos Cravos de 1974, que removeu as restrições às liberdades sociais, são factuais as dificuldades económicas sucessivas da sociedade portuguesa que a cada dia que passa aparenta se afogar cada vez mais num poço sem fundo.
Será que as eleições irão mesmo mudar o panorama político-económico do país ou será apenas mais uma fachada para manter os desejos de um horizonte melhor vivos?
Tal “Sebastianismo” é apenas recorrente na história portuguesa, a crença da eventual aparição de um herói não passa, hoje em dia, na reflexão da necessidade do povo por um governo que atenda por fim às suas necessidades. Nos debates eleitorais recentes os partidos jogam com isso mesmo, tomando por vezes atitudes de caráter populista de modo a dar continuidade ao ciclo vicioso de más práticas.
Progressivamente, e ao contrário das opiniões de políticos com ilustres frases como “Esquerda, centro, direita só existe na bolha política.”, os portugueses mostram-se cada vez mais envolvidos com a vida política e o futuro do país, algo aparente a partir da comparação dos resultados das últimas legislativas onde não só subiu o número de cidadãos votantes, como também desceu o número de abstenções e votos nulos em inúmeras urnas do país. Tudo isso faz surgir a questão: “Se os portugueses se aparentam cada vez mais participativos na vida política do país, como é que podemos observar aquilo que há de vir?”
É aí onde entram os média, por todas as tentativas de demonização dos mesmos. A verdade é que estes têm o papel transversal na difusão de informações através da divulgação dos debates legislativos, sondagens, etc. que disponibilizam um voto consciente conforme a vontade verdadeira das pessoas.
Torna-se, então, apenas triste olhar para profissões como o jornalismo, que são tão importantes para o regime democrático que a sociedade portuguesa assume ter, não só ser demonizado por figuras famosas e extremamente influentes, como também passar por enormes crises salariais, como por exemplo o caso do JN, DN, TSF e O Jogo, jornais que eram considerados “poderosos” e “bem-sucedidos” sem a capacidade de pagar os seus trabalhadores.
Com tudo isso em mente, e tendo ainda em conta o caráter do curso de Ciências da Comunicação, as esperanças dos alunos do mesmo passam a ser escassas, observando a indústria em que pretendem trabalhar não só ser constantemente acusada de corrupção, como começar a falir em determinadas facetas. Apenas resta aos mesmos e a muitos outros cidadãos portugueses que o governo aprenda a atender às necessidades do povo em nome e prol da constituição portuguesa, algo que hoje em dia parece opcional perante os partidos, devido à aparição de mensagens discriminatórias que usam argumentos falsos (tal como o líder do Chega afirmar que 30% da população de Braga é imigrante num discurso anti-imigração, algo desmentido por especialistas do Polígrafo), de modo a tentar efetivar um país que apenas se assemelha àquilo que foi Portugal antes de 25 de Abril.