O debate entre a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real e o líder do PSD e representante da AD, Luís Montenegro foi o primeiro debate da noite de 11 de fevereiro.
O sorteio ditou ser a porta-voz do PAN a responder à primeira pergunta e, por conseguinte, o representante da AD fecharia o debate.
A moderadora do debate, Clara de Sousa, abriu a discussão com declarações de Inês Sousa Real sobre impossibilidade de entendimento entre o PAN e a AD, devido à polémica com Gonçalo da Câmara Pereira, na qual o líder do Partido Popular Monárquico, membro da Aliança Democrática, defendeu, juntamente com declarações polémicas, em 2017, o juiz Neto de Moura após este não ter agravado a pena num caso de violência doméstica.
Clara de Sousa questiona a representante do PAN se há semelhanças entre a AD e o Chega e cita a afirmação dita pela deputada numa entrevista à rádio Observador “Entre a AD e o Chega, venha o diabo e escolha”. Inês Sousa Real respondeu à intervenção da moderadora destacando que o seu partido tem como um dos principais focos os direitos das mulheres, direitos estes que a deputada do PAN acusa a AD de querer silenciar. Inês Sousa Real evidenciou ainda a pobreza menstrual em Portugal e a falta de condições de algumas mulheres em adquirir produtos de higiene íntima.
A moderadora questiona então o representante da AD se este tinha conhecimento desta posição do líder do PPM quando o convidou para integrar a aliança. Luís Montenegro distancia-se da opinião do colega de coligação e assume não conhecer tais afirmações e frisa que o programa da AD tem várias propostas que visam a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, propostas de ajuda às famílias e jovens e também propostas contra a violência doméstica.
Ainda assim, a deputada do PAN não aceita negociar com a AD devido aos parceiros de coligação do PSD e justifica a decisão com a posição do CDS-PP e do PPM no referendo pela legalização da interrupção voluntária da gravidez, precisamente 17 anos antes, no dia 11 de fevereiro de 2007, e considera ambos os partidos um obstáculo na luta pelos direitos das mulheres e dos animais. Luís Montenegro confronta dizendo que foi o seu partido foi fundamental para as políticas de proteção animal.
Em relação ao que diferencia o PAN do PSD, Inês Sousa Real destaca o tratamento face aos animais, já que acusa o PSD de limitar as suas propostas aos animais de companhia e excluir os animais selvagens, que considera serem vítimas de maus tratos na caça e em touradas. Luís Montenegro discorda das afirmações da adversária e vinca que o seu partido desde o 25 de Abril tem no seu programa a preocupação ecológica, que desde a primeira AD, em 1979, focam-se nas políticas ambientais e os 10 anos de Cavaco Silva na presidência foram fundamentais para a reformulação das leis ambientais.
No que diz respeito às forças de segurança e aos bombeiros o PAN defende a valorização profissional, o direito ao subsídio de risco e à reforma antecipada e destaca ainda que é essencial que o Estado “não se lembre só destas profissões no verão”. Luís Montenegro diz estar concentrado em recuperar os serviços públicos nacionais.
Para fechar o debate, a moderadora interpelou o líder do PSD sobre quais as suas intenções com a morte medicamente assistida caso consiga formar Governo, ao qual o candidato respondeu que iria aguardar a pronúncia do Tribunal Constitucional.
Texto: Miguel Vinagreiro
Imagem: DR