Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo

Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo

Evelyn é uma emigrante chinesa que vive nos Estados Unidos da América com o seu marido Waymond e a sua filha Joy. Carregada de problemas como a gestão da lavandaria, a crise de casamento, o namoro homossexual da filha e a visita inesperada do pai, Evelyn vive o seu quotidiano de forma conturbada e medíocre.

Num dia comum, o casal sai de casa para resolver burocracias do trabalho. Ao entrar no elevador, Waymond transforma-se. Agora, é Alfa Waymond e coloca em Evelyn um dispositivo nas orelhas, enquanto lhe explica que está em perigo e que, para se libertar, precisa de seguir as instruções que estão escritas no guardanapo, por muito específicas e bizarras que sejam. Após o diálogo, o marido volta ao normal e não se lembra do acontecido. Evelyn decide apertar o botão contido no dispositivo e, assim, entra numa espiral de maluquices imprevisíveis que vão dar uma nova perspetiva a sua existência, em dois universos ao mesmo tempo.

É assim que começa um dos filmes mais agitados e criativos que já vi na vida! Carregado de humor, aventura e ação, este filme não é, de todo, convencional. É a verdadeira azucrinação fora da caixa! É louco, mas ciente. É alucinado, mas ao mesmo tempo realista. Começa por ser algo simples, mas acabamos com um tema profundo e complexo: o Sentido da Vida.

Após tantos universos e experiências, a personagem acaba por se aperceber de que, afinal, ela é irrelevante. Por isso, questiono-me: a ignorância não será uma bênção? Vale a pena tentar ser melhor? Para quê tanto esforço? Será que há algo que faz a nossa existência ter realmente algum sentido, fazendo com que esta valha a pena?

Independente da conclusão, nada tira o mérito do filme. Este filme é inovador, consegue abordar vários assuntos e incluir-se em vários géneros, sendo então marcante em tudo em todo o lado ao mesmo tempo.

Carolina Castro