No dia 12 de janeiro, quarta-feira, Francisco Rodrigues dos Santos, do CDS, e André Ventura, do Chega, protagonizaram o mais agressivo debate das legislativas de janeiro 2022.
O debate começa com André Ventura a defender que existem “pessoas que há anos vivem dos nossos impostos”, referindo como exemplo a comunidade cigana. “Apoios sociais, é fiscalizar com critério. É evitar manifestações com pessoas de fortuna. Uma verdadeira direita deveria dizer que há uma serie de pessoas e instituições que vivem dos nossos impostos. O CDS deixou de ser essa direita”, acusa Ventura.
Ao que Francisco Rodrigues dos Santos não perdeu tempo em ripostar que “o André Ventura não é de todo da minha direita. É a caricatura da direita que pertence à esquerda”, afirma que é necessário verificar os fins dos apoios sociais, no entanto, reforça que “somos uma direita patriótica. Somos uma direita que não aceita segregações éticas, não aceita racismo, que não aceita penas de morte, […]”.
Francisco salientou que o seu partido é legítimo representante dos católicos, e assegurou que não tem qualquer oposição à vinda de refugiados para Portugal, ao contrário de André Ventura que respondeu com um “mete-os em tua casa”.
Ventura aproveitou a oportunidade para falar do CDS, que segundo as suas contas, votou ao lado do PS 1798 vezes, e trata-se de um programa sem coerência: “Esses comuns que você não quer saber […], estes que fazem o IC19 todos os dias, que vem de Almada para Lisboa, os que vão de Gaia para o Porto, têm que pagar a gasolina do seu bolso, foram esses que vocês esqueceram” quando o CDS votou contra a descida da eletricidade.
Ventura defendeu ainda que “quem viola, quem mata, quem viola crianças merece castigos sérios, não merece paninhos quentes”, acrescentando que os fundadores do CDS teriam “vergonha deste CDS de Francisco Rodrigues dos Santos”.
O presidente do CDS-PP responde dizendo que “um voto em André Ventura é um voto que inviabiliza qualquer solução para uma nova maioria de direita no parlamento”.
André Ventura chamou o CDS de uma “bengala rejeitada” pelo PSD que “implorou por coligações” e afirmou que “só haverá acordo, caso o Chega esteja com presença no Governo”. Disse, ainda, que se o partido “tiver menos do que a maioria das sondagens lhe dão, verá caso a caso”. Já Francisco Rodrigues dos Santos garantiu que o CDS-PP só terá um acordo com o PSD “caso a eutanásia não avance”.
Melissa Lima