Na primeira quinta-feira de janeiro, por volta das 21 horas, na RTP, decorreu o debate entre António Costa, secretário-geral do PS, e André Ventura, líder do Chega, sobre as eleições legislativas que irão acontecer no final deste mês.
A terminar o debate, foi discutido o tema da corrupção. Ventura acusou Costa de ser o “ministro da Justiça de José Sócrates” e acrescentou ainda que “em 2019, havia 15 autarcas arguidos por crimes económicos, 14 eram do PS. Ao contrário dos seus outros opositores, que brincam consigo, eu não: Oito governantes seus estão a braços com a justiça. Então vem aqui falar de corrupção?”. O primeiro-ministro salientou que “para mim não há filhos nem enteados e ninguém está acima da lei, seja socialista ou não. Qualquer socialista que viole a lei tem de ser responsabilizado e é uma vergonha para o PS. Eu digo isso hoje e sempre”. O representante do Chega mencionou ainda que “há escutas suas por todo o lado a tentar interferir no processo Casa Pia”. “Lembre-se sempre do seguinte, a última vez que fez acusações num debate acabou o senhor condenado no Supremo Tribunal de Justiça”, respondeu o primeiro-ministro.
Os impostos foram também tema deste debate. António Costa começou por questionar Ventura sobre a proposta do Chega de criar uma taxa de IRS de 15%, uma “medida profundamente promotora de desigualdade”, que é referente “a todos, banqueiros, enfermeiros, ou polícias”. O presidente do Chega, sobre a perda de receitas, afirmou que “metade da classe política e das nomeações são para acabar” e que “se cortarmos na grande massa que isto representa e tivermos uma taxa de crescimento decente, nem sequer precisamos de fazer muito”.
O líder do Chega declarou que, em Portugal, o desemprego diminuiu menos, em termos de percentagens, comparando com o que aconteceu com o país vizinho.
O secretário-geral do PS respondeu que “a taxa de desemprego (em Portugal) está em 6,1%. Sabe qual é a taxa de desemprego em Espanha? É 14,5%. Se prefere estamos entendidos”.
O debate começou com António Costa a falar sobre a vacinação: “A pandemia é a preocupação central dos portugueses e a grande arma é a vacinação. 89% dos portugueses estão vacinados. Fico muito preocupado quando vejo responsáveis políticos, como André Ventura, pôr em causa a vacinação”. Ventura respondeu que o Governo tinha colocado de parte as informações acerca da variante Ómicron e que não tinha pensado em certos problemas que podiam acontecer nas eleições, devido à pandemia, nomeadamente o facto de muitas pessoas poderem estar em isolamento no dia das eleições. O líder do Chega, em relação à vacinação, acaba por explicar que “tive covid, não pude vacinar-me imediatamente, é uma decisão que terei de tomar” e afirmou: “Quero-me vacinar”. O secretário-geral do PS respondeu: “Acho um grande progresso que finalmente tenha ultrapassado as suas dúvidas sobre a vacinação”, e ainda, que “gostava de vê-lo preocupado com a saúde dos portugueses”.
Neste mesmo dia, foi ainda transmitido o debate entre os líderes partidários do Bloco Esquerda (BE) e da Iniciativa Liberal (IL) na SIC Notícias.
Marta Afonso