2021 está prestes a acabar e eu tenho de admitir que sou bastante supersticiosa nesta altura do ano. Desde que me lembro, tento fazer o máximo de coisas nos últimos 10 segundos do ano, como comer as 12 passas, brindar com champanhe, fazer a contagem decrescente em cima de uma cadeira enquanto bato com os testos das panelas e descer da mesma com o pé direito. Mas porquê? Porque fazem-me acreditar que, ao realizá-las, me trarão sorte. Sorte essa que acho que precisarei para o ano que se aproxima.
Em qualquer parte do mundo, cumprem-se superstições no encerrar o calendário, apesar de diferir de país em país. No Brasil, por exemplo, as pessoas costumam vestir-se de branco, porém, há quem opte por escolher outras cores mediante o seu significado e aquilo que desejam. Nos Estados Unidos, os casais têm o costume de se beijarem à meia-noite e na Dinamarca, partem-se pratos ao som das badaladas. Bem diferentes dos costumes portugueses.
Mas afinal, porque é que algumas pessoas se prendem a estas superstições, tornando-as tradições desta data específica, mesmo sabendo serem irracionais? Na minha opinião, é devido à necessidade que todos temos de querer controlar ao máximo a nossa vida, mesmo quando isso não está ao nosso alcance, dando-nos a sensação de amparo e conforto. Para além disso, não nos podemos esquecer que nós, seres humanos, temos, no geral, uma grande característica: o medo ao desconhecido. Ninguém gosta de se sentir num futuro perdido, inalcançável e inflexível.
O que quero dizer com isto tudo é que, acredito que, quando queremos muito que algo dê certo, mas não temos como garantir que isso aconteça, surgem as superstições, dando-nos uma sensação de alívio, conforto e senso de controlo. Por isso, se acreditarem no que foi supramencionado, façam as tradições aí de casa para se poder passar este ano da melhor maneira possível, deixando-vos mais reconfortantes. E eu? Eu vou realizar as minhas, ao pé de quem mais amo.
Carolina Castro