O Natal está diferente

O Natal está diferente

Como é bonita a época Natalícia! Pinheiros decorados com luzes cintilantes, as bolinhas espelhado-metálicas, o presépio e as prendas do Pai Natal. Quer dizer, prendas compradas nas lojas do centro comercial à última da hora. Coitado do Pai Natal, tantas vezes mencionado e na realidade nunca trabalha.

Sinto que esta época do ano é aquela em que mais vezes vemos as pessoas preocupadas. Não pelo frio que já se faz sentir, ou pelas possíveis gripes e constipações. Mas antes se vão conseguir comprar os presentes todos para o Natal. Realmente é algo preocupante! “Espero mesmo conseguir comprar aquele kit que traz um perfume acompanhado de um creme para o corpo e um aftershave”. O mesmo kit que a pessoa “sortuda” não vai utilizar porque o cheiro é nauseabundo.

Em conversa com a minha sobrinha de onze anos questionei-a sobre o Natal e o que de tão especial tem esta época. Automaticamente, sem sequer pensar, ou pestanejar, respondeu: “os presentes”. E, realmente, esse é o novo significado do Natal: são as prendas, os brinquedos, as mil peças de roupa e os perfumes. Dá a sensação de que o superficial é mais importante do que o próprio convívio e reunião familiar. Espero estar enganado.

A verdade é que: “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. E o pensamento que temos é de receber alguma coisa que nos possa preencher. O problema está aí, esta “necessidade” não passa de uma ilusão. Estamos tão “atafulhados” de bens materiais que nunca são suficientes. Sinto que transformamos esta festividade tão bonita numa desculpa para adquirir produtos de uma forma desmedida.

“Ai, como eu sonho em receber aquele par de calças rosa-choque, para usar depois das férias.” Espero mesmo que neste Natal a minha mãe acerte na cor.

José Alho