Estando o número de utilizadores da Internet a aumentar de forma exponencial a cada dia que passa, há uma realidade que intrinsecamente lhe subsiste: refiro-me ao Cyberbullying, uma prática que, infelizmente, nos dias que correm, assola muitas pessoas, de várias faixas etárias, que são constantemente ridicularizadas, assediadas e ameaçadas de forma exacerbada.
Vivemos no século XXI. Vivemos numa democracia. Urge refletirmos sobre tudo isto, pois não podemos ficar indiferentes a uma prática que tem consequências impactantes no ser humano que vão desde os distúrbios de sono, aos pensamentos destrutivos que muitas vezes acabam por culminar no suicídio. Todos nós, enquanto percorremos as páginas das nossas redes sociais, deparamo-nos com uma violação constante da Declaração Universal dos Direitos Humanos quando, por acaso, vamos observar a panóplia de comentários numa determinada publicação, onde lemos as piores palavras que podem ser direcionadas a um ser humano.
Digo, na primeira pessoa, que me entristece ver, cada vez mais uma sociedade (ou parte dela) retrógrada que não sabe respeitar o espaço do outro, não sabe lidar com diferenças, não sabe respeitar uma opinião. É verdade que todos temos direito à liberdade. No entanto, temos de ter bom senso, ou seja, perceber que ser livre não é sinónimo de má educação e, muito menos, sinónimo de ter o direito de proliferar informações falsas, de proferir injúrias e de ataques pessoais sobre outrem.
Enquadrando este tema no curso que frequento, Ciências da Comunicação, e a propósito dos ramos profissionais que o mesmo oferece, e de todos os profissionais mediáticos que neles trabalham, temos todos o mais recente exemplo, que creio ser conhecido pela maioria, da apresentadora Cristina Ferreira. Aquando do seu regresso da SIC para a TVI, teve as páginas das suas redes sociais repletas de ataques pessoais e de falsas especulações, motivo que a conduziu à escrita do seu mais recente livro, intitulado de “Pra cima de Puta”, no qual pretende refletir e abrir uma discussão sobre o crescente Cyberbullying, uma situação que, como já referi anteriormente, é infelizmente cada vez mais comum. Esta é uma atitude exemplar: temos de nos manifestar, de mostrar o nosso desagrado para que alguma coisa seja feita e modificada.
Caso não existam mudanças, como será o futuro da próxima geração? E qual será o futuro da Internet? Duas questões fulcrais para o desenvolvimento da sociedade, onde nós somos os seus agentes construtores.
Concluindo, temos de elucidar crianças, adolescentes e adultos para esta problemática que, embora não seja muito refletida e discutida, é diariamente praticada sobre muitas pessoas que, na maioria das vezes, acabam por sofrer em silêncio. Estarmos atentos é uma necessidade; não nos calarmos é outra. Temos de fazer o nosso papel. Desistir não é, nem nunca pode ser, uma opção!
Nuno Teixeira