Ok, boomer!

Ok, boomer!

Caro leitor, é com grande pesar que informo que devido à minha procrastinação e simples distração, não me foi possível escolher uma data que me permitisse gozar com as resoluções de ano novo e com as pessoas que insistem em fazê-lo todos os anos. Assim sendo, tive que pensar noutro tema. Visto que escrever este texto me dá uma oportunidade de mudar de ideias e porque estamos a começar um ano novo pensei que devia escolher um assunto que afetasse algo importante. Portanto… decidi falar sobre como os media estragam memes.

*CLAP* CLAP* MEDIA REVIEW!!!

Há algum tempo, circulou na internet a notícia de que o youtuber Pewdiepie anunciou num dos vídeos a sua desistência do youtube. Sendo eu um subscrito dele, vi o vídeo em questão e posso dizer que… é tudo treta. É exatamente este tipo de situações que me levaram a escrever este texto. E não tem nada a ver com eu ser subscrito do Pewdiepie, não. Tem a ver com o facto de os media insistirem em perturbar aquilo que está bem quieto.

É-me bastante claro que, por esta altura, quem trabalha nos órgãos da comunicação percebe patavina disto. E sim, já estou a ouvir pessoas a perguntar: “Este gajo está seriamente à espera que pessoas que fazem algo da vida percam tempo com demonstrações pictóricas de humor sem graça?”. Sim, é exatamente isso que espero. Faz parte do trabalho dessas  mesmas pessoas estarem cientes do que se passa na atualidade e, quer queiram quer não, Youtube e memes são parte da nossa atualidade. A era digital cimentou o lugar deste contínuo nas nossas vidas. O chamado “millenial” humor é pura atualidade, no entanto, os media numa tentativa fraquinha de acompanhar o avanço da social media só fazem… bem, asneira.

Contudo, isto tudo sou eu a divagar. Num tom mais sério, acho que devíamos olhar bem para estas situações. Existem inúmeros casos como o do Sapo Pepe (um adorado desenho de um sapo que virou meme) que, quando passou pelos media tornou-se num símbolo de racismo, extremismo e outras más conotações. Um simples desenho de um sapo  tornou-se num símbolo de ódio só porque quem abordou este tema não entendia a piada. Sou o primeiro a reconhecer que memes não são algo que se compreenda à primeira, mas se não compreendem algo não tratem esse algo como se fosse um bicho odioso.

Os media têm este poder que, para ser sincero, me assusta um bocadinho e pode ser impedido se simplesmente pararem de pôr coisas fora de contexto, de assumir que algo significa mais do que é se nos tornarmos conscientes sobre o que estamos a falar.

À medida que vou acabando este texto vou-me apercebendo de quão ridícula esta situação acaba por ser. Os media e gente maioritariamente mais velha não entendem o humor diferente das gerações mais novas, de um modo que parece mesmo que têm medo de nós. As gerações mais novas respondem como eu, escrevendo um texto a reclamar sobre a situação, basicamente pedindo para nos deixarem em paz. Além dos textos, comentários e afins, criam-se… exato, memes a gozar com os mais velhos e com o seu sentido de humor à” boomer”.

A metáfora está por esta altura bem clara. Parece que esta disputa está a ser feita entre pais e filhos: onde o pai repudia o estilo de vida do filho e reclama que antigamente era tudo melhor; enquanto o filho responde revoltando-se exprimindo a sua dor através de péssima arte e humor esquisito.

Concluindo, IT´S TIME TO STOP! Temos de começar a questionar mais os media e as suas práticas. Isto se queremos manter as nossas brilhantes noções de humor intactas, sem que estas sejam alteradas e se tornem em algo que não são.

Rui Pinto