O Estádio Municipal Eng. Manuel Branco Teixeira foi o palco da jornada 33 entre os “aflitos” GD Chaves e Vitória FC. As formações entraram em campo separadas apenas por um ponto, com os sadinos a levarem a vantagem. O empate no passado sábado alcançado pelo CD Tondela em Alvalade apanhou todos de surpresa e complicou ainda mais as contas do final da tabela, influenciando diretamente as equipas desta tarde.
Apesar da proximidade na tabela classificativa, sadinos e flavienses atravessam momentos de forma completamente opostos, com o GD Chaves a não conhecer o sabor da derrota nas últimas quatro jornadas e, por sua vez, o Vitória FC já não vence nessas mesmas quatro jornadas.
Estatisticamente falando, as apostas estariam do lado do GD Chaves. O apoio em massa dos adeptos fortalecia o fator casa e o momento de forma dos flavienses nas últimas quatro jornadas era bem superior ao do Vitória FC. Mas o futebol não é razão, mas sim emoção!
A vontade em vencer, por parte do GD Chaves perante os seus adeptos, cedo transformou-se em ansiedade. E o Vitória FC aproveitou! O placard assinalava sete minutos quando Rúben Micael lançou em velocidade Allef, que ganhou na velocidade aos dois centrais adversários e inaugurou a partida, batendo António Filipe.
O GD Chaves ressentiu o golo e, apesar de esboçar uma resposta, viria a sofrer novamente aos 15’, por intermédio de Mendy, no seguimento de uma jogada de insistência e de um cruzamento teleguiado de Mikel Agu que o atacante finalizou da melhor forma de cabeça. Dois remates, dois golos para o Vitória FC.
Os homens da casa continuaram sem qualquer remate enquadrado com a baliza e tiveram um primeiro tempo completamente desinspirado. A falta de garra fazia contraste com o excesso de calma demonstrada por parte dos flavienses e, para tentar agitar o encontro, a equipa técnica do Chaves, que não pôde contar com José Mota por suspensão, lançou o atacante Platiny para substituir o médio defensivo Jefferson.
Makaridze continuou sem trabalho na baliza sadina e até ao intervalo a única oportunidade a registar pertenceu uma vez mais ao Vitória FC por intermédio de Mendy, que voltou a fazer valer o seu tamanho para ganhar nas alturas sobre o adversário direto, mas cabeceou por cima.
No regresso dos balneários, era evidente que o GD Chaves necessitava de uma mudança radical de atitude de forma a tentar ainda lutar pelo jogo e compensar os adeptos depois de uma primeira parte muito fraca.
Os flavienses até entraram melhor e foi pelo pé de Platiny, aos 53’, que a bola saiu a rasar o poste de Makaridze. Uma vez mais, o esférico a não sair enquadrado com a baliza.
Pouco depois da hora de jogo, foram lançados Niltinho e Bressan na formação da casa com o intuito de agitar o encontro. Com as mexidas, o GD Chaves ganhou uma nova vida e minutos depois, conquistou uma grande penalidade. Soares Dias, após ouvir o VAR, considerou que Sílvio terá agarrado em falta Platiny dentro da área. Chamado à conversão, Gallo assumiu e reduziu, ao bater a bola para o lado oposto de Makaridze.
O golo flaviense acordou as bancadas e tanto o apoio dos adeptos como o desempenho do GD Chaves cresceram. Logo aos 67’, Luther Singh rematou forte a longa distância para uma defesa que deixou Makaridze em más condições. Os mesmos adeptos mostraram em vários momentos do jogo o seu descontentamento e exaltação para com a constante perda de tempo dos jogadores visitantes, que mais tarde viria a valer nove minutos de compensação.
A equipa de Chaves foi subindo as linhas na busca do empate e passou a jogar praticamente no meio campo do Setúbal. O Vitória FC aproveitou esse avanço no terreno e, através do contra-ataque, Sekgota esteve perto de fazer o terceiro para os sadinos, mas António Filipe evitou com a defesa da tarde.
A cinco minutos do fim, o lance mais polémico do jogo! Platiny lançou Luther que é travado dentro da área, por suposta falta de André Sousa. Soares Dias assinalou a grande penalidade, mas, após recorrer ao VAR, anulou a grande penalidade admoestando Luther com o cartão amarelo por simulação.
O GD Chaves ainda tentou o empate, mas sem eficácia e de forma infrutífera. Vitória para o Setúbal que assegurou desta forma a manutenção em Trás-os-Montes.
Conferência de Imprensa
Sandro Mendes (Vitória FC) – Conseguimos o nosso objetivo e com muita atitude. Deixo uma palavra de agradecimento para os nossos jogadores, Nuno Pinto, André Pedrosa e Alex Freitas.
Os meus jogadores tiveram uma atitude fantástica e estão de parabéns.
Há que tirar ilações porque o Vitória em dez anos, está sempre a lutar para não descer.
Nós tentamos entrar fortes em todos os jogos e tivemos a felicidade de marcar e tranquilizar. Mas acabamos por sofrer até ao fim.
Agradeço ainda à massa adepta do Setúbal pelas longas horas de viagem.
São coisas que acontecem. Tentamos fazer as coisas bem, mas corre tudo mal.
O primeiro golo do Setúbal pesou no psicológico, algo que não esperávamos que acontecesse.
A segunda vez que o Setúbal vai à baliza marca o segundo golo e animicamente foi muito mau. O calor também não ajudou.
Agora vamos para uma final em Tondela. É lógico que quando chega esta fase do campeonato, a vontade de manutenção é tão grande que pode jogar a favor ou contra.
Nélson Mota
Imagens: O Torgador (Bruno Rocha)