O tempo é uma coisa engraçada. Num minuto estamos a correr pela casa a destruir a mobília à nossa mãe (ou então serei apenas eu) e no outro estamos sentados na cadeira da psicóloga a tentar responder, o mais sabiamente que pudermos, à grande questão: O que queres ser quando cresceres?
Somos bombardeados com esta questão toda a nossa vida e eu, completamente adolescente, onde só tinha rebeldia para o que não importava, não conseguia aceitar o meu destino e ter de o decidir com apenas aquela idade.
Lembro-me muito bem de me sentar na cadeira e pensar: “Ok Vera, concentra-te! No que é que tu és boa? O que sabes fazer?”
Nada… Nada me vinha à cabeça e aí vieram os problemas. Como ia decidir que curso tirar se eu mal sabia o que era boa a fazer?
De todas as opções eu comecei a imaginar-me nas mais diversas profissões. Poderia ser médica, mas eu não consigo ver sangue e que tipo de médica seria eu se chegassem lá pacientes a morrer e eu desmaiasse? Então não, não poderia. Poderia seguir Economia! Sim, claro, se atinasse com a matemática. Poderia ser escritora? Será que tinha algum conteúdo que as pessoas gostassem de ler? Atinei mais ao menos com essa ideia. Todos os meus professores diziam que eu tinha algum jeito com as palavras e, aliado ao meu fator de adorar sempre saber o máximo das situações, decidi escolher Jornalismo.
Não existe uma resposta intermediária. Ou aquilo que fazemos nos torna realizados ou o que estamos a fazer não nos concretiza, e aqui está o medo e receio em decidir.
Sou da opinião que se fazemos então devemos dar tudo de nós. Damos tudo o que temos para nos sentirmos bem e, consequentemente, ser feliz a nível profissional.
Nunca vamos conseguir responder à questão “o que eu quero ser na vida” com 100% de certezas porque o nosso “eu” não é estável e circunscrito. Somos tão voláteis às situações que temos de parar um pouco para pensar se tomamos a escolha certa. Como saber se escolhemos, então, o curso certo? Entrar na universidade é um caminho que nos deixa continuamente à prova. Estamos constantemente em contacto com todas as variantes do curso. Neste aspeto, ser universitário é muito bom. Por isso, se achas que não sabes responder, tem calma e abraça as novas oportunidades. Podes mudar de ideias, podes mudar de objetivos e eu espero que consigas chegar a uma decisão que te faça feliz, porque aí saberás que estás no caminho certo!
Vera Fernandes
