Assembleia da República, 9 de fevereiro de 2018. Aprovada a entrada de animais em espaços de restauração. Chumbado pacote legislativo de proteção aos idosos.
A partir de maio, os animais de estimação vão poder entrar espaços de restauração. De forma a tentar colmatar-se os problemas passíveis de serem criados com esta medida, foram criadas certas ressalvas, tais como: fixação de uma lotação máxima de animais; os animais deverão estar presos por uma trela curta, sem liberdade de circulação; também poderá ser criada uma área reservada para clientes com animais ou permitir a presença em todo o espaço.
Todavia, poderá esta lei criar problemas? O meu senso comum diz-me que sim. Aqueles que sobre isto vão debatendo têm a mesma opinião. Todavia, só se analisam estes possíveis problemas relativamente a eventuais fobias existentes a qualquer tipo de animal presente. Assim, pode-se concluir que existe uma desvalorização generalizada quanto a esta questão de os animais poderem entrar nos restaurantes, visto que poder-se-á encontrar sempre uma “rota” rápida de saída que evitará o confronto com o/os animal/animais.
Já eu acrescento mais. Que lugares ocuparão aquelas pessoas que possuem alergias? Haverá um local destinado unicamente a pessoas que sofrem destas patologias? Existirá uma entrada específica para estas pessoas? Terão estas pessoas de deixar de frequentar certos restaurantes em virtude desta vontade, por parte de alguns, em autorizar estes tipos de ações? Ou terão sempre de ter anti-histamínicos à mão para estes casos? Afinal, parece que a esquerda portuguesa sempre se preocupa com as farmacêuticas ao ponto de as beneficiar em situações como estas.
Mas pronto, apesar das minhas alergias aos pelos dos animais, um dia destes vou levar a minha vaca de estimação “Mimosa” comigo a um restaurante e ver quanto terei de pagar para lhe servirem um pedaço de erva para ela ir ruminando enquanto lá estou. Pensem bem. Imaginem que eu era um domador de leões, era bem pior, não!?
Hoje vivemos num país onde se parece dar mais importância ao facto de um animal de estimação poder frequentar certos locais “fechados” do que ao facto de três idosos por dia sofrerem algum tipo de violência; hoje vivemos num país onde se acha normal, pelo menos por alguns daqueles que com assuntos de legislação se (des)preocupam diariamente, não se criminalizarem condutas que atentem contra os «direitos da pessoa idosa», mas pode-se autorizar a entrada de animais de estimação em restaurantes. Está tudo dito: hoje vivemos num país onde nada faz sentido.
Nota: Já que a Esquerda tanto quer lutar pelos “Direitos” dos animais (“Direitos”? Em qualquer relação, para se possuírem “Direitos” é necessário possuir-se, também, “Deveres”. Será certo afimar-se que os animais possuem “Direitos”?), que lute para criminalizar os donos dos animais que não os libertem pelo menos uma vez por dia em espaços amplos e rodeados pela Natureza. Isso sim, é o que os animais verdadeiramente necessitam!
Peço desculpa por pouco falar do chumbo do pacote legislativo de proteção aos idosos mas, como habitual, daqui a uns dias, umas semanas ou poucos meses, as Esquerdas unir-se-ão para aprovar um pacote de leis, se não idêntico, parecido com aquele que a Direita apresentou.
Rui Loureiro