O projeto MUSHROOM4LIFE incide nos cogumelos Cantharellus cibarius – vulgo cantarelo, crista de galo ou rapazinho – graças às biomoléculas com efeito anticancerígeno que apresentam. Estudadas por investigadores utadinos até 2026, procura-se a promoção da saúde e do combate ao cancro colorretal.
Em nota de imprensa da universidade, a doutorada em Genética Molecular, Comparativa e Tecnológica, Daniela Ferreira, explica que “esta investigação exploratória é essencial para abrir caminho a terapias inovadoras para o cancro e para a sua prevenção”.
O alvo do estudo são os Small RNA (sRNA), pequenos ácidos ribonucleicos que “exibem uma eficácia notável na indução de apoptose (…) e no impedimento da proliferação celular em células cancerígenas, sem efeitos adversos nas células normais”. Para tal, proceder-se-á “à técnica de cromatografia de troca aniónica para isolar pequenos RNAs”, seguindo-se “a sequenciação de nova geração e o desenho de sRNAs sintéticos para a realização de um estudo funcional”. Por último, “esferóides tumorais multicelulares 3D” serão utilizados “para avaliar a atividade anti-tumoral destes RNA”.
O cogumelo em questão, também conhecido por sancha ou amarelinha, apresenta uma cor amarelada, pregas bifurcadas e frutifica na primavera ou no outono em proximidade a carvalhos ou pinheiros. É um cogumelo comestível, integrando a gastronomia nacional. Mais informações sobre o cogumelo poderão ser consultadas na Naturdata.
O projeto, de nome integral MUSHROOM4LIFE – Decoding the small RNA of edible mushrooms – from its functions in human cancer cells to its potential anticancer effect, é financiado em 50 mil euros pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e será desenvolvido colaborativamente entre os pólos do BioISI – Biosystems & Integrative Sciences Institute, do RISE-Health e o Centro de Química-Vila Real (CQ-VR) na UTAD.