Da autoria de Beatriz Parada, a exposição documental “Ó Gente da Minha Terra” estreou no Museu Rural Dr. Adérito Rodrigues, na freguesia de Abreiro, em Mirandela, Bragança. Procurou quebrar tabus sobre como a velhice é entendida pelas restantes gerações no Dia dos Avós, 26 de julho.
Em declarações a’O Torgador, a mestranda em Ciências da Comunicação admite que este projeto “surgiu muito pelo carinho que tenho pelos idosos, por ter raízes transmontanas e pela possibilidade de fazer algo diferente e algo bonito”.
A exposição contou com um pequeno documentário composto por pequenas entrevistas a 15 habitantes das aldeias ou de Abreiro ou de Milhais. Além disso, os 15 retratos fotográficos mostram cada um dos entrevistados a fazer uma careta, de modo a mostrar “a felicidade com as coisas mais simples e a essência dos idosos”. “Obviamente que nem tudo é felicidade mas a ideia é retirar aquela noção de que a idade avançada é triste e ajudar para que os idosos sejam mais valorizados”, explica Beatriz Parada.
Cada um dos intervenientes foi possível identificar através da visualização do panfleto sobre a exposição. Além do nome, vinha também a idade (todos dos 80 anos para cima), a aldeia (Abreiro ou Milhais) e ainda uma frase proferida no momento da entrevista como prova da personalidade do idoso. Destas, destacam-se frases para todos os gostos, tais como “Já fiz 25 [anos].”, de Hélio Teixeira; “ ‘Tou contente hoje…”, de Berta Augusta; e ainda “Agora já estou à espera da morte…”, de Manuel Augusto Moreira.
Esta estreia marca um primeiro momento para a iniciativa. Contou com a presença de mais de 50 pessoas, com direito a degustação de produtos regionais graças às diversas parcerias e apoios obtidos pelo projeto.
Também o apoio da população local foi essencial, com esta iniciativa a ser muito bem recebida. “Qualquer coisa que seja feita para o proveito da aldeia é sempre bem-vinda”, contou Idalina Lima, filha da terra, a’O Torgador. A freguesia de Abreiro, que para o ano celebra 800 anos de foral, “tem uma história muito grande” e vê neste projeto uma “grande iniciativa”.
Por enquanto, não existem ainda informações sobre futuras exposições do projeto. No entanto, pode ser acompanhado através da página homónima no Instagram.
Texto e Imagem: Joaquim Duarte