Todos os clássicos entre SL Benfica e FC Porto param o país. O jogo deste sábado, no Dragão, não foi exceção. Em causa estava a liderança do campeonato e ambas as equipas tinham essa perceção. O FC Porto, atual campeão nacional, não desejava nada mais do que a vitória para reforçar a liderança. O SL Benfica sabia que um resultado, que não a vitória, deixaria as águias longe da tão desejada “reconquista”.
Nestes jogos, a menos que o resultado final seja um empate aborrecido, no fim todos choram. Os vencedores de alegria e os perdedores de infelicidade. Graças a Lage (cada um segue a religião/Deus em que acredita) que hoje fomos vencedores. E digo-vos, leitores, que não há nada mais bonito do que chorar por felicidade. Por amor. Como é bom ser do Sport Lisboa e Benfica!
Nesta crónica não se falará de arbitragens, não porque não tenham havido casos dignos de discussão, mas porque, sinceramente, nem quero saber. O Benfica ganhou e é isso que me interessa. Estamos em 1º lugar no campeonato, depois de termos vencido no Dragão com menos 1 jogador em campo. Um Porto forte que entrou em campo para ganhar. Podemos não ter centrais como o Pepe, que já jogaram em grandes equipas, como o Real Madrid. Mas temos Rúben Dias e Ferro, que sempre jogaram no maior do mundo. Para marcar podemos não ter um experiente Marega, mas temos um João Félix que já conquistou Portugal e que, certamente, conquistará o Mundo. Podemos não ter a equipa das “estrelas”, mas sem dúvida que é a nossa que brilha.
A verdade é que, humildemente, subimos ao nosso lugar. Lutámos contra tudo e contra todos, mas não nos conseguiram derrubar. Não foi só a qualidade dos jogadores ou do treinador. Na equipa há algo mais, que não víamos com Rui Vitória. Na equipa há o “ser Benfica” que chega e sobra para que à águia voe alto, tão alto, que ninguém a consegue parar. Ainda falta muito para o final do campeonato, portanto nada está ganho. Isso é um facto que não pode ser esquecido, nem pelos adeptos, nem pelos jogadores, treinador ou presidente. Temos de jogar cada jogo como se de uma final se tratasse, nunca subvalorizando o adversário. Há, também, uma liga Europa no caminho que as águias, certamente, pretendem ganhar. Não é impossível, bem longe disso. Mas a prioridade é o campeonato.
É ótimo ver um miúdo, de apenas 19 anos, a jogar no Estádio do Dragão, de Alvalade ou qualquer outro, com a calma de quem está no recreio da escola a jogar com os amigos e com a qualidade de quem, um dia, será dos melhores do mundo. Por mais que os rivais tentem desvalorizar João Félix, mas parece-me inegável que não é “como os outros”.
Concluindo, e citando o hino do SL Benfica, “sou de um clube lutador, que na luta com fervor, nunca encontrou rival neste nosso Portugal”.
Maria Lopes