Hoje em dia, a maior parte das pessoas tem dificuldades de concentração e até de ter uma boa noite de sono. Não absorvem do tempo que têm para elas e para as pessoas que as rodeiam e vivem constantemente numa correria à medida que constroem os seus compromissos.
Poucos mantêm o controle do trabalho e da sua vida doméstica durante essa correria. A natureza da pressa significa que temos pouco tempo para passar com quem devíamos. Algumas pessoas pegam no telemóvel ou escrevem para casa com frequência enquanto constroem a sua carreira. Outras mantêm contacto com amigos pelas redes sociais. É importante perceber que podemos passar mais tempo connosco, com as nossas pessoas. Há quem se esforce em demasia durante a correria da vida e depois caem num período de exaustão que as impede de fazer qualquer outra coisa depois.
Existem formas de dividirmos o nosso tempo e escolhermos as nossas prioridades, mas poucos entendem o quão crucial é uma boa gestão até depois de esgotarem os dois caminhos. Quem vive para o trabalho, sente que elogiar os funcionários cria lealdade, o que leva a um trabalho de qualidade. Para além disso, os funcionários ganham mais motivação sobre futuras oportunidades de promoção e trabalham ainda mais e a correria do dia-a-dia acaba por se tornar cíclica.
Infelizmente, muitos trabalhadores não têm a capacidade de gozar do fruto do seu próprio trabalho e subestimam o compromisso de tempo necessário para gerir eficazmente a sua vida durante essa correria. Eu diria que isto tudo resulta em promessas perdidas de ambas as partes. Não concordam?!
Já percebemos que o tempo da vida passa muito mais rápido do que o nosso. E aí toda a nossa suposta correria vai em vão. A sensação de viver bem não se reflete na quantidade de coisas que fazemos, mas no prazer que sentimos enquanto os dias nos passam à frente. Sempre achei que estamos cá para sentir, sentir o prazer – nem que seja nas nossas piores lutas. E não me refiro ao prazer leviano que será esquecido na manhã seguinte, mas sim àquele que alegra a nossa alma ao longo da nossa busca.
Inês Silva