No dia 28 de maio, os Commedia a la Carte estiveram presente em Vila Real, para preencher o teatro de riso e boa disposição.
César Mourão e Carlos M. Cunha, em conjunto com os convidados internacionais Marco Gonçalves (Brasil) e Gustavo Miranda (Colômbia), começaram o seu improviso de forma calma e a pouco e pouco foram ganhando terreno.
Esta equipa que se autodenomina como os “Melhores do mundo”, tem como imagem de marca o busto de Ronaldo com o perfil de cada um, bem no seu estilo “tuga”.
Interações atrevidas criaram desde cedo um clima de familiaridade e conseguiram revelar o jeito que só alguém que anda nisto há muito tempo tem para conquistar o público, desde jogos simples, de pedirem ao público palavras para serem base do próximo improviso, até entrarem em mais detalhes como foi a última parte do espetáculo: um casal a contar a sua relação e com base nisso recriar a mesma no seu estilo cómico e sarcástico.
Pelo meio ficaram cânticos do género “cantares ao desafio”, mas num registo mais pop e convencional (por estranho que pareça num tom sem desafinar e com uma fluidez de “discurso” impressionante).
Ainda nos brindaram com histórias, onde a mímica de Gustavo Miranda pintou o teatro num coro de riso. César Mourão foi sempre a voz do pelotão, mas Carlos M. Cunha triunfou também pelo estilo controverso e desajeitado da sua personagem, enquanto que Marco Gonçalves pela sua naturalidade brasileira arrecadou ainda gargalhadas múltiplas.
Tudo isto na data em que os Commedia a la Carte atingem a maioridade e passam, por isso, a poder conduzir e beber. Mentira, celebram “apenas” 18 anos de estrada.
A julgar pelas reações, quer em termos de lotação quer em de comportamento do público, bem podem continuar a caminhar por essa estrada fora reinventando-se e reinventando a peça, sem nunca deixarem de parte o seu estilo característico que tão bem os define: imprevisibilidade e espontaneidade no seu expoente. Prata da casa.
José Pedro
Fotografia. O Torgador (Marcelo Martins)