Conferências da Juventude
Decorreu na passada sexta-feira, pelas 21:30h, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Vila Real, uma conferência protagonizada por Bruno Gonçalves, secretário-geral da União Internacional da Juventude Socialista (IUSY), acerca do conflito na Ucrânia e do impacto da guerra no balanço geopolítico global.
Promovida pela associação de jovens Youth Academy, esta conferência surgiu no âmbito do conflito russo-ucraniano e do possível futuro desta guerra, sobre a qual Bruno Gonçalves se mostra pouco otimista e afirma que “o mundo não ficará igual”.
O secretário-geral da União Internacional da Juventude Socialista falou numa guerra que foi bem preparada pela federação russa e que “esta é das primeiras vezes que vemos a diplomacia ativa”, mas que tudo o que se está a passar vai ter graves consequências para o futuro.
O líder da IUSY disse, ainda, que a federação russa não está interessada em conquistar Kiev, mas sim zonas estratégicas de recursos energéticos, como é o caso de Mariupol e Kerson.
“Ninguém tem recursos de gás natural liquidificado como a Rússia”, afirmou Bruno Gonçalves, durante a conferência. O dirigente da Juventude Socialista referiu que “não há estabilidade geopolítica sem energia”, visto que “a energia é a base da economia”. Discutiu-se, por isso, que Vladimir Putin, presidente da Rússia, está interessado em zonas estrategicamente pensadas para facilitar o acesso a recursos energéticos, bem como trocas de energia a países de interesse nacional.
Perante uma possibilidade de resolução de paz, Bruno Gonçalves afirmou que esta só acontecerá se a Rússia se conseguir apoderar de Mariupol, dado o interesse em recursos energéticos e que qualquer solução que se arranje será prejudicial para a Ucrânia, uma vez que não se está a colocar os interesses do povo ucraniano em primeiro plano.
A conferência da Juventude, com o tema central “Conflito na Ucrânia: O impacto no balanço geopolítico global”, terminou com Bruno Gonçalves a afirmar que só existirá uma guerra mundial se uma das grandes potências sair da ONU ou se a Organização das Nações Unidas deixar de existir.
Maria Elisa Costa