Sinceramente, nem sei por onde começar. Ser caloiro é saber lidar com tudo ao mesmo tempo. Saber lidar com a separação, com a mudança, com a vida adulta e, sobretudo, saber lidar consigo mesmo. Trata-se de querer ser alguém melhor, querer viver os melhores anos de toda a nossa vida, mas a verdade é que se torna exaustivo. Nem sequer me refiro às avaliações em si (embora isso não seja pera doce) mas sim no querer ser eficiente em tudo, no querer aproveitar ao máximo.
Sou uma sortuda, o covid deixou que experienciasse os melhores momentos que poderia ter tido. A praxe e a noite, trouxeram tudo de bom. O poder alugar uma casa e criar uma ligação com as minhas roommates foi das melhores coisinhas da universidade. Sentir que estou em casa, mesmo a 162 Km, foi, e é, algo de invejar. É nos idealizado um mundo paralelo ao que estamos acostumados a viver, cheio de alegrias espontâneas, mas na minha opinião trata-se sobretudo sobre aprendizagem.
Ao longo deste semestre tenho pensado realmente no que a experiência universitária significa. Será que se baseia nas saídas ao Pioledo? Ou será no stress instantâneo que se sente mal se ouve a palavra “recurso”? Cheguei à conclusão que ainda tenho muito tempo para saber a resposta. Sinto que se perde e se ganha muito.
Perde-se o conforto de chegar a casa, sentar no sofá e esperar que te chamem para comer. Perde-se muitos momentos de conversas diárias com as pessoas que faziam parte do nosso dia-a-dia, mas ganha-se a nossa própria atenção. Aprendemos a estar sozinhos e com os nossos pensamentos e ganhamos novos conhecimentos e novas vozes. Por isso, acredito que se baseie num processo, que não sei nem quando, nem como vai acabar, mas que só sei que vai fazer sentido, de uma forma ou de outra.
Assim, reformulo a minha introdução: Ser estudante universitário é saber lidar. Não importa com o quê, importa apenas vivê-lo.
Melissa Lima